Cultura

Museu do Côa celebra oito anos de existência e já recebeu mais de 206 mil visitantes

O Museu do Côa (MC) recebeu 206.542 visitantes desde a abertura ao público, em 30 de julho de 2010, e o objetivo dos responsáveis é que continue a crescer a uma média de 20% ao ano até 2022.

Museu do Côa celebra oito anos de existência e já recebeu mais de 206 mil visitantes

"Consideramos que temos todas condições reunidas para que o número de visitante apontado (206.542) se multiplique nos próximos anos. Estamos a prever no Plano Estratégico que haja um aumento gradual de visitantes, à média de 20% até 2022, e assim conseguir encaixe de bilheteira de meio milhão ao ano", disse à Lusa o presidente da Fundação Côa Parque (FCP), Bruno Navarro.

O responsável adiantou que uma das metas a atingir a médio prazo passa por cativar os fluxos turísticos que procuram o canal fluvial do rio Douro e atraí-los para visitar a "Arte do Côa", que está inserida em dois patrimónios mundiais reconhecidos pela UNESCO.

"Se conseguíssemos atingir a meta de receitas de meio milhão de euros/ano, até 2022, isso possibilitaria à FCP, só com os seus meios próprios, garantir o pagamento dos vencimentos dos funcionários", sublinhou o responsável.

O presidente do Conselho Diretivo da Fundação, que tutela o Museu e o Parque Arqueológico do Vale do Côa, reconheceu, contudo, que se trata de uma meta "ambiciosa", principalmente porque o MC está instalado num território de baixa densidade populacional.

"O ano passado, a Fundação teve de receitas próprias cerca de 200 mil euros, o que significa que, até 2022, temos que fazer um esforço muito significativo", observou Bruno Navarro.

A museografia do Côa foi concebida dentro de todo "o rigor científico", como uma mostra explicativa dos ciclos de arte rupestre do Baixo Côa e Douro Superior, que se iniciam no Paleolítico superior, há mais de 25.000 anos.

O futuro, segundo o responsável pela Fundação Côa Parque, passa por reforçar parcerias com os operadores turísticos que trabalham no canal fluvial do Douro e incluir o Museu do Côa nos seus roteiros.

Na opinião dos membros do Conselho Diretivo da Fundação, é preciso apostar na divulgação da Arte do Côa, do Museu e do Parque Arqueológico, colocando-os ao serviço de uma estratégia de desenvolvimento regional.

Em declarações à Lusa, o ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes admitiu que a situação da FCP era, até há pouco tempo, complicada.Contudo, acrescentou, "há condições reunidas, com a abertura de novos percursos e com o empenho do município de Foz Côa e dos trabalhadores de levar em frente este projeto ambicioso".

O edifício do Museu do Côa foi concebido por Camilo Rebelo e Tiago Pimentel, uma dupla de arquitetos do Porto.

Segundo os especialistas, mais do que um museu de arqueologia, o Museu do Côa é, em primeiro lugar, um museu de arte, com obras quer dos caçadores-artistas do "Gravettense", quer dos últimos moleiros rupestres da Canada do Inferno."

O Museu do Côa explana todo um catálogo de sensibilidades que se contêm na rudeza dos painéis de xisto que há milhões de anos moldam a geomorfologia regional", indicaram os arqueólogos que trabalham no Vale do Côa.

Lusa