João Lopes

Comentador SIC Notícias

Cultura

Sessão de Cinema: “Sid & Nancy”

Opinião de João Lopes

Sessão de Cinema: “Sid & Nancy”

Na carreira do inglês Gary Oldman, “Sid & Nancy” foi um dos primeiros grandes desafios de composição: ele interpreta Sid Vicious, figura emblemática do punk rock.

Inglês, nascido em Londres em 1958, com filmes mais conseguidos ou menos conseguidos, Gary Oldman é um daqueles actores que sempre se distinguiu por gostar de assumir grandes riscos de transfiguração física. Assim aconteceu no filme que lhe valeu um Óscar, “A Hora Mais Negra” (2017), interpretando a figura histórica de Winston Churchill.

No caso de “Syd & Nancy” (1986), um dos primeiros títulos da sua filmografia, já depois de uma importante carreira teatral, Oldman interpreta um símbolo do punk rock, Sid Vicious (1957-1979), lado a lado com a sua namorada Nancy Spungen (1958-1978) — o papel de Spungen está a cargo da americana Chloe Webb.

Já disponível em streaming, “Syd & Nancy” é o retrato tão desencantado quanto contundente de uma relação destrutiva. A realização, assinada por Alex Cox (autor do lenário “Repo Man”, 1984), decorre, afinal, de um espírito realista indissociável do património temático e estético do cinema britânico.

Escusado será dizer que nada disso é alheio à história dos Sex Pistols, banda de culto, tradicionalmente reconhecida como um emblema exemplar do punk e, nessa medida, protagonista de um capítulo fulcral de transformação da música rock. A banda surgiu em 1975, liderada pelo vocalista Johnny Rotten; Sid Vicious apenas entrou cerca de dois anos mais tarde, substituindo o baixista Glen Matlock.

A carreira de Gary Oldman prosseguiria com o drama “Vidas em Fúria” (1987), de Stephen Frears. No começo dos anos 70, viria a interpretar dois títulos decisivos para o seu reconhecimento internacional: “JFK” (1991), de Oliver Stone, assumindo o papel Lee Harvey Oswald, e “Drácula de Bram Stoker” (1992), de Francis Ford Coppola.

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