O primeiro-ministro, António Costa, recorreu à sua página na rede social Twitter para enviar “as mais sentidas condolências” à família e amigos de Paulo Rego, cuja obra, escreveu, ficará “sempre connosco e com as gerações por vir”.
“Paula Rego era uma artista de qualidade excecional, cuja obra alcançou um grande reconhecimento internacional. As suas pinturas encerram imagens poderosas que ficarão sempre connosco e com as gerações por vir”, lê-se no tweet partilhado por António Costa e no qual endereça aos familiares e amigos da pintora “as mais sentidas condolências”.
Paula Rego era uma artista de qualidade excecional, cuja obra alcançou um grande reconhecimento internacional. As suas pinturas encerram imagens poderosas que ficarão sempre connosco e com as gerações por vir. Aos seus familiares e amigos, apresento as mais sentidas condolências. pic.twitter.com/k7Wi7H53U4
— António Costa (@antoniocostapm) June 8, 2022
Quase em simultâneo, o gabinete do primeiro-ministro enviou um comunicado às redações no qual confirma que “decidiu decretar um Dia de Luto Nacional em homenagem à pintora Paula Rego”, uma artista “nascida durante a ditadura salazarista, [que] fez a sua formação artística em Londres, onde residiu grande parte da vida, mantendo sempre intacta a ligação a Portugal”.
“A sua obra alimenta-se de referências e memórias portuguesas, como os contos populares ou a literatura de Eça de Queirós, e Paula Rego foi uma artista atenta à nossa realidade social. Autora de um universo figurativo singular, as suas obras não se parecem com mais nada do que com Paula Rego“, pode ler-se.
Saliente-se que, horas depois ser anunciada a morte da artista portuguesa, aos 87 anos, o chefe do Governo cancelou a sua agenda para esta quarta-feira. De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.
A vida de uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas
A pintora Paula Rego morreu na manhã desta quarta-feira em Londres, aos 87 anos. De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.
Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.
Nascida a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.
Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.
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