O órgão de tubos da Igreja da Lapa quebrou um silêncio de três anos e volta a fazer-se ouvir na cidade do Porto. Foi todo desmontado, limpo, sujeito a uma revisão geral e está pronto para um programa de reinauguração.
Filipe Veríssimo tinha apenas 20 anos quando pela primeira vez tocou este órgão. Sentia bem o peso da responsabilidade de estar em frente à obra prima do alemão Georg Jann, que em 1995 começou a encantar a cidade.
Manuela Rebelo, provedora da Irmandade da Lapa, diz que este foi um silêncio doloroso e que se fez ouvir alto.
Este órgão com características sinfónicas é especialmente vocacionado para a execução de reportórios do século XIX e XX. Tem 4307 tubos, 4 teclados, mais de 14 metros de altura e um carrilhão com 42 sinos. Foi encaixado entre vitrais, sem os ofuscar.
O reitor da Igreja da Lapa, Agostinho Pedroso, sublinha a importância deste instrumento nas liturgias e na vida cultural da cidade e anuncia para o programa de reinauguração um concerto com Olivier Latry, organista titular da Catedral de Notre-Dame em Paris que vai interpretar a Tocata da Quinta Sinfonia, de Charles-Marie Widor.
O programa de reinauguração vai estender-se durante todo o mês de janeiro e conta ainda com visitas guiadas ao órgão, outros concertos com provas de vinho opcionais e uma homenagem ao reitor emérito, Cónego Ferreira dos Santos, considerado o pai do órgão de tubos da Igreja da Lapa, por ter sido o grande impulsionador deste projeto nos anos 90.