Lançado no dia 23 de abril de 1971, “Sticky Fingers” é um dos álbuns mais emblemáticos da discografia dos Rolling Stones. Desde logo, porque contém canções tão lendárias como “Brown Sugar”, “Wild Horses” e “Dead Flowers”; depois, porque a sua energia genuinamente rock’n’roll não é estranha a uma serena fidelidade às raízes da banda no universo do blues. Em 2020, a revista “Rolling Stone” colocou-o em 104º lugar na sua lista dos “500 Melhores Álbuns de Sempre”.
Graças ao streaming, podemos escutar “Sticky Fingers” — e ver os Stones — numa muito especial variação dessa mítica gravação original. Aconteceu a 20 de maio de 2015 em Los Angeles, mais precisamente na zona de Hollywood, no Fonda Theatre — aliás, o título completo do filme é “Rolling Stones - Sticky Fingers Live at the Fonda Theatre 2015”.
Foi uma espécie de prólogo da digressão de 2015 (“Zip Code Tour”), iniciada quatro dias mais tarde na cidade de San Diego, e teve como matéria central a revisitação, precisamente, dos dez temas de “Sticky Fingers” (não necessariamente pela ordem do alinhamento do álbum, de “Brown Sugar” a “Moonlight Mile”).
Vale a pena recordar que “Sticky Fingers” pertence à época em que Bill Wyman ainda integrava a banda (da qual saíu em 1993). Mais do que isso: este é um álbum nascido no período (1969-1974) em que o guitarrista Mick Taylor tocou com os Stones, depois do falecimento de Brian Jones. No concerto de 2015, da formação de 1971 reencontramos, obviamente, Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts, na companhia de Ronnie Wood (nos Stones desde 1975).
O menos que se pode dizer deste espectáculo é que, como se prova, o sentido de espectáculo dos Stones não se esgota nos grandes estádios — o Fonda Theatre tem 1200 lugares. Além do mais (pormenor nada secundário…), a realização tem assinatura de Paul Dugdale, especialista no registo deste género de eventos cuja lista de colaborações inclui, entre outros, Paul McCartney, Green Day e Coldplay. Em resumo: um grande álbum, um magnífico concerto e um belo filme.