Cultura

Rita Lee "era a verdadeira rebelde brasileira"

A cantora, considerada a rainha do Rock no Brasil, morreu em casa, em São Paulo, aos 75 anos. Para José Cid, fica a memória de uma "artista fabulosa” e completa. “Tudo o que ela fazia era de qualidade”, sublinha.

Rita Lee "era a verdadeira rebelde brasileira"
Natacha Pisarenko/ASSOCIATED PRESS

“A Rita Lee é que é o rock. Era fabulosa, tudo o que fazia era de qualidade”. José Cid não poupa nos elogios à artista brasileira que morreu esta segunda-feira, aos 75 anos.

“Durante muitos anos disse que não percebia porque é que vinha a Ivete Sangalo atuar ao Rock in Rio em Lisboa e não a Rita Lee, que era a verdadeira roqueira, a verdadeira rebelde brasileira”, afirmou o cantor português, sublinhando que Lee era “uma artista fabulosa".

Tudo o que Rita Lee fazia “era de qualidade” e tudo tinha para ser considerada uma artista completa. “Afinadíssima, com um visual marcante. É um dia muito triste”, sublinha José Cid.

O cabelo cor de fogo da “fiel mutante”

Marcante, como a carreira, foi também o visual que se tornou numa imagem de marca da rainha do rock brasileiro desde os anos 1970. Os cabelos ruivos acabaram por dar lugar aos grisalhos, já em 2015.

Adorei ter sido ruiva, mas encheu o saco e, como fiel mutante, eu mudei e me ‘desviciei’ do vermelho”, disse, numa entrevista à Globo, nesse mesmo ano.

Anos depois de assumir o cabelo grisalho, Lee surgiu com o cabelo mais curto durante a luta contra um cancro do pulmão.

A cantora preparava-se aliás para lançar, no dia 22 deste mês, numa nova autobiografia onde abordava precisamente os últimos anos, “desafiadores”, e como lidou com a doença. Num “texto franco, ora cru e chocante, ora cheio de ironias, ora subtil e amoroso, ela não poupa detalhes do seu tratamento”, refere a editora.