Em maio deste ano os argumentistas de Hollywood entraram em greve e agora os atores juntaram-se ao protesto. Esta é a maior greve em Hollywood nos últimos 60 anos.
A presidente do Screen Actors Guild (SAG) demonstrou descontentamento com a indústria de Hollywood e com a forma como os atores têm sido tratados nos últimos tempos.
"Nós somos as vítimas aqui. Somos vítimas de uma entidade muito gananciosa. Estou chocada com a forma como aqueles que têm sido nossos parceiros nos estão a tratar. Não consigo acreditar (…) na distância que nos separa em tantas coisas, na forma como alegam pobreza, que estão a perder dinheiro a torto e a direito, quando distribuem centenas de milhões de dólares a CEO's. É nojento. Deviam ter vergonha. Nesta circunstância, eles estão do lado errado da História", denunciou Fran Drescher, presidente do SAG.

A produção já estava muito afetada devido ao protesto dos argumentistas e fica ainda pior agora que os atores também aderiram. O diretor executivo do SAG-AFTRA sublinhou que a greve de atores se vai realizar devido à indisponibilidade da Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP) para melhorar as condições oferecidas aos atores.
“Como a AMPTP continua indisponível para oferecer condições justas em questões que são essenciais para proteger o sustento dos atores e intérpretes, a administração do SAG-AFTRA votou por unanimidade emitir um aviso de greve aos estúdios e plataformas de streaming.” disse Duncan Crabtree-Ireland, Diretor executivo do SAG-AFTRA.
O Sindicato e os principais estúdios de cinema estavam há mais de um mês em negociações, que aparentemente não deram nenhum resultado.
Os atores de Hollywood tentaram defender os seu papéis, ameaçados pelas indústrias de streaming e pela evolução da inteligência artificial.
“Os atores merecem um contrato que reflita as mudanças que ocorreram na indústria. Infelizmente, o atual modelo de streaming reduziu o rendimento residual dos artistas e a inflação elevada afetou ainda mais a capacidade de subsistência dos nossos membros.” afirmou Duncan Crabtree-Ireland.
Alguns atores estiveram presentes na antestreia do filme "Oppenheimer", em Londres, antes da decisão da greve, mas esperaram que fosse tomada.
"Queríamos sair e falar sobre isto porque estamos muito orgulhosos disso e trabalhamos muito nesta questão. Mas estava tudo preparado, por isso dissemos: 'Vamos fazer isto. Se houver greve, vamos para casa'." Matt Damon, ator.
Josh Hartnett, ator no filme “Oppenheimer”, apoia a greve e diz que este é “um momento muito importante nestas negociações, tanto para os argumentista como para os atores, para definir as regras para o futuro, porque muitas coisas estão mudar rapidamente”
Assim que o Sindicato anunciou a paralisação de Hollywood, os atores abandonaram a passadeira vermelha. Este é um momento histórico e não há ainda previsões do regresso dos atores aos cinemas.