Cultura

X bloqueia pesquisa por Taylor Swift após partilha de imagens falsas da cantora

O conteúdo explícito foi gerado através de inteligência artificial. Acabou divulgado na rede social e obteve milhões de visualizações. Segundo o X, trata-se de uma "ação temporária" para priorizar a segurança.

X bloqueia pesquisa por Taylor Swift após partilha de imagens falsas da cantora
Christopher Polk/Variety/Shutter

A rede social X bloqueou as pesquisas pelo nome da cantora depois de imagens falsas de conteúdo explícito, geradas através de inteligência artificial, terem sido divulgados na rede social e obtido milhões de visualizações.

Em declarações à BBC, Joe Benarroch, diretor comercial do X, fala numa "ação temporária" com o intuito de priorizar a segurança.

Na semana passada, o conteúdo explícito foi divulgado e tornou-se viral, obtendo milhões de visualizações e alarmando a polícia dos EUA e fãs da artista. Agora, ao pesquisar pela cantora na rede social, aparece uma mensagem que diz "Algo deu errado. Tente novamente".

As publicações e páginas que partilharam essas imagens foram reportadas pelos fãs, que inundaram o X com fotografias e vídeos verdadeiros da cantora, sob a mensagem "protejam a Taylor Swift".

Estas publicações levaram o X (antigo Twitter) a emitir um comunicado na passada sexta-feira, onde referiu que a publicação de conteúdo com nudez de forma não-consensual é "estritamente proibido".

"Temos uma política de tolerância zero em relação a este tipo de conteúdos. As nossas equipas estão a remover rapidamente todas as imagens identificadas e a tomar medidas para responsabilizar os culpados", lê-se.

Benarroch afirma que a ação é realizada "com bastante cautela, pois priorizamos a segurança nestas questões".

Este assunto despertou também atenções na Casa Branca, que, na sexta-feira, classificou como "alarmante" a disseminação de imagens geradas por inteligência artificial.

"Sabemos que é uma situação que afeta desproporcionalmente mulheres, mas também menores, que infelizmente representam a esmagadora maioria dos alvos", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.

Acrescentou que devia existir uma legislação para combater o uso indevido de tecnologia de inteligência artificial nas redes sociais e que as próprias plataformas também deveriam começar a tomar as suas medidas para banir este tipo de conteúdo nos seus sites.

"Acreditamos que têm um papel importante a desempenhar na criação de regras próprias para a prevenção de divulgação de informação falsa e não-consensual", acrescentou.

Os políticos americanos também já pediram leis que criminalizem a criação de imagens falsas, os chamados "deepfakes". Os deepfakes usam a inteligência artificial para a criação de vídeos de alguém, manipulando a sua cara e/ou corpo.

Um estudo de 2023 indicou que se verificou um aumento de 550% de conteúdo adulterado, acelerado pelo desenvolvimento da IA. Ainda não existem leis contra a criação deste tipo de conteúdo, ainda que já tenham começado a criar medidas a nível estatal nos EUA para combater este problema.

No Reino Unido, a partilha deste conteúdo pornográfico tornou-se oficialmente ilegal através da Lei de Segurança Online criada em 2023.

Em Portugal, ainda que exista a Carta Portuguesa de Direitos Fundamentais na Era Digital e que tenha sido atualizada em 2022, esta não indica qualquer legislação para casos como este.