Cultura

"Clandestina", filme sobre antifascista Margarida Tengarrinha estreia em março

O filme "Clandestina", de Maria Mire com a produtora Terratreme, parte das memórias da resistente antifascista Margarida Tengarrinha, que morreu em outubro do ano passado aos 95 anos.

Margarida Tengarrinha
Margarida Tengarrinha
Tiago Miranda/Expresso

"Clandestina", um filme sobre Maragrida Tengarrinha, de Maria Mire, estreia já no dia 7 de março, tendo tido a sua primeira exibição no outono passado no festival DocLisboa. O filme é baseado no livro "Memórias de uma falsificadora - A luta na clandistinidade pela liberdade em Portugal", abordando questões sobre dissidência política e clandestinidade.

Para Maria Mire, o interesse em fazer "Clandestina" "prende-se assim tanto com a urgência de tirar da sombra a ação das mulheres que de modo revolucionário combateram neste período negro da história contemporânea portuguesa, assim como o de pensar na dimensão política presente nos pequenos gestos da vida quotidiana", refere a nota de imprensa.

Margarida Tengarrinha, resistente antifascista e antiga deputada, morreu em outubro de 2023, aos 95 anos. Foi membro da direção Universitária do MUD Juvenil, aderiu ao PCP com 24 anos, em 1952, e passou à clandestinidade em finais de 1954.

Quando Tengarrinha morreu, o PCP lembrou que uma das suas primeiras tarefas no partido foi a produção de documentos, incluindo de identificação, à intervenção clandestina.

Membro do Comité Central do PCP desde maio de 1974 até 1988, após o 25 de Abril de 1974 Margarida Tengarrinha foi membro da direção da Organização Regional de Lisboa e foi deputada na Assembleia da República.

"Clandestina" é a primeira longa-metragem da realizadora Maria Mire, depois de ter feito a curta-metragem "Parto sem dor" (2020), de homenagem à obstetra e resistente antifascista Cesina Bermudes (1908-2001), e a produção de "Alcindo", filme do antropólogo Miguel Dores racismo em Portugal, a partir da história do homicídio de Alcindo Monteiro, português de origem cabo-verdiana, vítima de ódio racial em 1995.

Maria Mire nasceu em Maputo em 1979 e vive e trabalha em Lisboa, onde é corresponsável pelo departamento de Cinema e Imagem em Movimento do Ar.Co.

Com LUSA