A boneca mais famosa do mundo celebra, nesta quarta-feira, 65 anos e em alta popularidade, graças ao sucesso mundial do filme. Barbie está nomeada em oito categorias para os Óscares deste ano.
As primeiras representações podem, hoje em dia, parecer pouco emancipadas, refletindo apenas o padrão de uma sociedade que considerava ideal a mulher bonita e arranjada. No entanto, a ideia original da criadora da boneca, no final dos anos 50 do século passado, era proporcionar à filha um brinquedo que inspirasse e fizesse sonhar uma rapariga, da mesma forma que os carrinhos e bonecos de ação motivavam os rapazes.
Ao longo do tempo, Barbie adaptou-se às novas visões do poder feminino. Foi um trabalho duro transformar a beldade branca, loira e padronizada numa boneca inclusiva. Hoje, a Barbie já existe em 35 diferentes tons de pele, com 97 estilos de cabelo e nove tipos de corpo. Há bonecas com vitiligo, em cadeiras de rodas, de género neutro e até com Síndrome de Down.
Já o filme levanta as questões que transformaram a boneca na carne e no osso, na Barbie e no Ken e no debate sobre o peso do patriarcado nas sociedades supostamente voltadas para o feminino.
Embora o filme não esteja a varrer todos os prémios para que está nomeado, o é aplaudido até em consultórios médicos especializados em adolescentes.
A Barbie ganhou uma nova relevância social graças ao filme, e este por sua vez ganhou estatuto de manifesto. Ao completar 65 anos, Barbie continua a ser polémica e desejada.