Cultura

Bordalo II põe caixa com medicamento “antifascista” na campa de Salazar

É mais uma instalação artística que promete dar que falar. Desta vez, Bordalo II escolheu como cenário de fundo a campa do ditador português António de Oliveira Salazar.

Loading...

O artista português Bordalo II colocou uma caixa de medicamentos gigante na campa de António de Oliveira Salazar, no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão. Na caixa, que cobre o local onde está o corpo do antigo ditador, lê-se o nome do alegado remédio “Liberdade”, identificado como um “Probiótico Antifascista”.

Uma “dose diária de democracia”, lê-se na embalagem, é “grátis” e “combate a opressão”.

Trata-se da mais recente obra do artista, a propósito das comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril.

Artur Bordalo, mais conhecido pelo nome artístico Bordalo II, já é conhecido pelas instalações artísticas marcadas pela crítica social, e causadoras de polémica.

Um “currículo” de crítica social

Em julho de 2023, a poucos dias do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Bordalo II fez uma crítica aos milhões de euros gastos na organização do evento, com a obra “Walk of Shame” - uma passadeira com imagens de notas de 500 euros colocada no palco que iria receber o Papa.

Um mês depois, pintou a pinta sinalética do Campo Pequeno, em Lisboa, em protesto contra as touradas e criou a “Destradição”, inverteu os papéis do toureiro e do touro, na escultura que está na fachada do praça de touros de Vila Franca de Xira.

Em setembro do mesmo ano, criou "Desalojamento Local", uma crítica à crise na habitação, com várias tendas montadas no Miradouro de São Pedro de Alcântara, em Lisboa.

Dois meses depois, já após a escalada da guerra entre Israel e o Hamas, escolheu a escadaria de uma estação de comboios em Lisboa para reproduzir a bandeira da Palestina, manchada pelos “passos da culpa” - numa alusão às mortes em Gaza.

Já este ano, no dia em que os portugueses foram às urnas para escolher o novo Governo, Bordalo II "pôs a política no lixo", colocando um caixote do lixo, em frente à Assembleia da República, com vários bonecos de fato e sem cabeça lá dentro.