Um menor, de nove anos, terá sido abusado sexualmente pelo músico norte-americano Diddy e por outras pessoas que estavam num estúdio onde foi fazer um casting. Esta é uma das novas acusações contra o rapper levadas à Justiça e que envolvem 120 alegadas vítimas.
O escândalo envolve um dos mais influentes produtores e empresários do mundo do hip hop. Diddy terá usado o "poder e prestígio" do império musical que construiu ao longo de décadas para subjugar as vítimas nas "white parties" que organizava em hotéis de luxo e mansões entre 1990 e 2000 e onde participavam várias celebridades.
O rapper é acusado de abusar e coagir mulheres a fazerem performances com trabalhadores do sexo, os chamados "freak-offs". As cenas eram filmadas e usadas depois para chantagear e comprar o silêncio das vítimas.
Nestas festas, que podiam durar dias, o álcool e a droga comandavam a dança mas haveria também episódios de violência por parte de Sean Combs, mais conhecido como 'Diddy', quando os participantes não satisfaziam as suas exigências. A acusação alega que o magnata da música contava com a ajuda de uma rede de associados e funcionários.
Buscas e detenção
Durante as buscas às casas de Diddy em Los Angeles e Miami, em março deste ano, foram encontradas drogas, vídeos e mais de mil frascos de lubrificantes. As autoridades apreenderam ainda armas de fogo e munições, que seriam usadas para intimidar testemunhas.
No processo movido pelo Ministério Público, uma das provas é um vídeo onde Diddy agride violentamente Cassie. A cantora foi namorada do músico durante uma década e, no ano passado, acusou-o de violação.
A denúncia abriu uma caixa de pandora: seguiram-se outras queixas de vítimas de agressão e violência sexual, que motivaram uma investigação federal.
O rapper, também conhecido como P. Diddy ou Puff Daddy, foi preso em Nova York a 16 de setembro por suspeitas de extorsão, suborno e tráfico sexual. Mas há agora novas acusações, que vão ser jugadas em processos cíveis e envolvem 120 homens, mulheres e um rapaz que à data dos factos tinha 9 anos.
Apesar das múltiplas acusações, o empresário de hip hop de 54 anos diz estar inocente. Se for condenado, pode enfrentar uma pena de prisão perpétua.