Cultura

A gastronomia, o artesanato, a História: uma viagem turística pelo Alentejo

Aprimorada, rica em variedade, bem condimentada e apreciada pelos seus aromas e paladares, o Alentejo é uma região famosa pela hospitalidade e amabilidade da população, especialista na arte de bem receber. A SIC propõe uma volta por algumas vilas e cidades históricas alentejanas que vale a pena conhecer.

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Nesta época do ano, o Alentejo tem vários atrativos para quem gostar de visitar museus, castelos, usufruir do conforto de hotéis com piscinas interiores para relaxar, e uma gastronomia única e muito típica.  

Arranque em Estremoz

A entrada para Estremoz é feita por uma das quatro portasdo século XVII que trespassam o castelo. A vila alentejana, conhecida pelas jazidas de mármore branco, pedra presente no Templo Romano e no altar-mor da Catedral de Évora, terá sido fundada por um grupo de desterrados que ali se fixaram e acabaram por fundar a povoação, a que o rei D. Afonso III, em 1258, concedeu um foral e um brasão com o Sol, a Lua, as estrelas e um tremoceiro que, reza a lenda, deu origem ao nome. A Torre de Menagem é a mais alta do país, com 127 degraus.  

Aos sábados a cidade enche-se de gente para visitar o mercado que, além de produtos regionais frescos, tem velharias e antiguidades.  

Para comer, não faltam iguarias afamadas, algumas em locais históricos. Os pratos são pedaços de Alentejo servidos à mesa – desde marmelos laminados, gratinados, com moscatel e especiariasao pudim de água das maltesas. 

A poucos metros, o museu municipal, fundado em 1880, o mais antigo do país, mostra os tradicionais bonecos de Estremoz. Há 15 artesãos certificados e são múltiplas as temáticas desta arte. Antigamente, ser barrista era um trabalho raro de mulheres. 

Visitando outro museu, no Palácio dos Henriques ou da Tocha, do século XVIII, encontramos mais de 4500 azulejos, em 36 salas, a representar outra arte portuguesa, conhecida em todo o mundo.Ao longo de três pisos, é possível ver azulejos que vêm desde a antiga Pérsia até à atualidade. 

Em simultâneo, há sempre exposições de artesanato e artes Plásticas. A arte urbana, contemporânea já tem associação criada e obra para mostrar, sobretudo na pintura de murais. 

Paragens no Alandroal e em Borba

Saídos de Estremoz, há que parar no Alandroal, a 341 metros de altitude. A terra foi elevada a vila em 1486, por carta de foral dada pelo rei D. João II e tem três castelos . 

Quem for apreciador do néctar dos deuses, sobretudo alentejano, deve ir a Borba, com o amuramento acastelado da povoação, a Fonte das Bicas, incontornável na Rota dos Vinhos do Alentejo. Por ali, para se comer bons queijos, enchidos e pratos regionais, ofertas não faltam. 

Chegada a Vila Viçosa

Já em Vila Viçosa, onde se mantiveram os Duques de Bragança durante vários séculos, até à proclamação da República, a sugestão vai para um hotel de luxo com ambiente familiar, construído em vários tons de pedra. Para descontrair, tem piscinas, tanques de imersão e relaxamento, com tratamentos, num spadiferente - uma antiga pedreira com rocha à vista.  

Se quiser comer na vila, pode contar com restaurantes históricos. Os doces conventuais, como o pão de rala, as farófias, e a serica (que talvez conheça por sericaia)estão presentes. 

Depois impõe-se um passeio que ajude à digestão. Pode começar pelas muralhas do século XIII do castelo construído nos séculos XIV e XV - que tem dois polos imperdíveis, de arqueologia e de caça, com 70% de peças de colecionadores particulares, as restantes pertenciamao rei D. Carlos. Os mais novos costumam adorar a Sala de África onde está um leão e um gigante crocodilo do Nilo. 

Na visita ao Palácio Ducal, seria preciso um dia para ver tudo com atenção.Durante o domínio filipino, foi sede da maior corte ducal da Península Ibérica. Após 1640, foi residência de férias. Em 1755, foi muito abalada pelo terramoto e, no início do século XIX, foi saqueada durante as Invasões Francesas.  

Tem vários núcleos museológicos, com um acervo artístico, que conta a história da Casa de Bragança nos últimos 500 anos. Na armaria, pode ver a terceira maior coleção de armas da Europa, do século XVI até ao século XXI - um total de 2600 peças de armas e estojos. Já na cozinha estão 2500 quilos de cobre, em peças personalizadas por D. Carlos. São 36 salas completas e bem ornamentadas para visitar. Destaque para a Sala dos Duques, com 160 metros quadrados, paredes revestidas a seda de Damasco, com o maior e mais antigo tapete persa do mundo. Já ojardim foi criado em 1787, pela rainha D. Maria, no antigo picadeiro.  

Antes do regresso, a paragem obrigatória é numa das mais de 30 pedreiras em funcionamento, para ver como se faz a extração de toneladas de mármore, reconhecido internacionalmente pela sua qualidade.