No dia em que Portugal perdeu um das mais aclamadas e premiadas artistas a nível internacional, as homenagens a Paula Rego sucedem-se por cá mas também lá fora. De Espanha, a França, passando por Inglaterra, onde a pintora viveu nos últimos 50 anos, a morte da artista está a ser notícia.
Foi ao final da manhã desta quarta-feira, 8 de maio, que a notícia chegou. A pintora Paula Rego “morreu calmamente em casa, junto dos filhos,” em Londres. Tinha 87 anos. Mas o legado “único” que deixa não será esquecido, não fosse Paula Rego considerada por muitos “uma das maiores artistas, pintoras da segunda metade do século XX a nível mundial” e um dos casos “mais particulares e únicos da história da arte portuguesa moderna e contemporânea”.
Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, embora com visitas regulares a Portugal. Não é por isso de estranhar que os jornais britânicos também recordem hoje a vida, obra e arte da artista portuguesa.
O jornal The Guardian dá destaque à morte de Paula Rego, conhecida pelo seu “trabalho visceral e inquietante”. Também o The Independent noticia o óbito, fazendo referência à nota partilhada no Twitter pela galeria de arte contemporânea Victoria Miro, em Londres.
It is with immense sadness that we announce the death of the Portuguese-born, British artist Dame Paula Rego at the age of 87. She died peacefully this morning, after a short illness, at home in North London, surrounded by her family. Our heartfelt thoughts are with them. pic.twitter.com/hFXdIZeTtb
— Victoria Miro (@victoriamiro) June 8, 2022
França recorda Paula Rego, com a France24 a intitulá-la como artista luso-britânica, numa referência aos cerca de 50 anos em que viveu em Londres. Aqui mais perto, na vizinha Espanha, os dois jornais de referência, El País e El Mundo, noticiam a morte de uma das mais relevantes criadoras portuguesas no contexto internacional.
A vida de uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas
A pintora Paula Rego morreu na manhã desta quarta-feira em Londres, aos 87 anos. De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.
Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.
Nascida a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.
Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.
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