Desporto

Governo brasileiro admite que três estádios vão falhar prazo de entrega da FIFA 

O ministro do Desporto brasileiro,  Aldo Rebelo, admitiu hoje atrasos na conclusão de três dos estádios do Mundial  2014 em futebol, falhando o prazo estipulado pela FIFA, mas disse que deverão  estar prontos até ao fim de janeiro. 

© STRINGER Brazil / Reuters

Os estádios que vão falhar o prazo imposto pela FIFA, finais de dezembro,  são o Beira-Rio, em Porto Alegre, a Arena da Baixada, em Curitiba, e a Arena  de São Paulo ("Itaquerão"), onde na semana passada dois trabalhadores morreram  devido à queda de uma grua que danificou a estrutura de cobertura. 

"Em todos os casamentos a que eu fui até hoje a noiva chegou atrasada,  mas nunca deixou de haver um casamento por causa disso", afirmou Rabelo  em conferência à imprensa na Costa do Sauípe, na Bahia, onde se realiza  o sorteio dos grupos do Mundial de 2014, na sexta-feira. 

De acordo com Aldo Rebelo, os atrasos "não são significativos" e todos  os estádios estarão prontos a tempo dos eventos de teste que se realizam  antes da competição, que começa a 12 de junho. 

Sobre o estádio de Curitiba, o ministro explicou que o adiamento da  inauguração se deveu a um atraso na transferência de fundos para a remodelação  do Arena da Baixada. 

No caso do estádio de Porto Alegre, a data de 15 de janeiro resulta  da agenda da presidente Dilma Rousseff, que quer e tem estado em todas as  inaugurações. 

Já sobre o Itaquerão, em São Paulo, o ministro assegurou que "a hipótese  mais provável" é que possa ser inaugurado também em janeiro. 

Seis dos 12 estádios que vão acolher jogos da prova estão concluídos  e já foram usados na Taça das Confederações, em junho passado. Ainda este  mês são entregues outros três: o de Natal, Manaus e Cuiabá. 

Na segunda-feira, após reunião com o Comité organizador, o presidente  da FIFA, Joseph Blatter, disse confiar em que o estádio de São Paulo estará  pronto para receber o jogo de abertura da competição, que acontecerá no  dia 12 de junho. 

Questionado sobre o lado negativo que a visibilidade gerada pelo Mundial  poderá trazer - ao colocar em evidência muitos dos problemas enfrentados  pelo país - o ministro garantiu que o Brasil está "confortável" com o "olhar"  não só da imprensa internacional, mas também dos turistas. 

"Não estamos preocupados, achamos que esse olhar vai revelar coisas  ruins sobre o país, mas muito mais coisas boas", afirmou. 

Durante a apresentação, Rabelo destacou a origem multiétnica brasileira  e realçou a intenção de realizar um Mundial que ajude a combater o racismo,  bem como todo tipo de preconceito, étnico, cultural ou religioso, tendo  como base a diversidade cultural brasileira. 

"Vimos recentemente nos campos de futebol da Europa a manifestação contra  jogadores negros  1/8... 3/8. Queremos que o Mundial no Brasil seja também um  momento de luta contra intolerância racial", afirmou. 

Lusa