Desporto

Sporting rescinde com fundo que detém passes de Rojo e Labyad

A SAD do Sporting comunicou esta madrugada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários a rescisão unilateral com o fundo de investimento que detém os passes dos futebolistas Marcos Rojo e Zakarya Labyad.

Marcos Rojo, defesa esquerdo argentino de 24 anos, poderá jogar a sua terceira época de leão ao peito. Atualmente, enfrenta um processo disciplinar e tem futuro incerto em Alvalade.
© Rafael Marchante / Reuters

"Sem prejuízo da nulidade dos contratos celebrados com a Doyen, relacionados  com os jogadores Marcos Rojo e Zakaria Labyad, a Sporting SAD vem comunicar  que procedeu, hoje, à resolução com justa causa dos respectivos contratos",  indicou a SAD leonina num comunicado enviado à comissão do mercado dos valores  mobiliários (CMVM).  

A rescisão diz respeito aos contratos bilaterais e não afetará  os direitos desportivos sobre os dois jogadores, que continuarão a pertencer aos leões. 

No comunicado, que não explicita as consequências da decisão nem os  próximos passos que vai tomar, o Sporting adianta que a 07 de agosto informou  o fundo Doyen -- detentor de 75 por cento dos direitos económicos do argentino  Marcos Rojo -- de que "tinha enviado para análise do seu departamento jurídico  os contratos envolvendo os direitos económicos de jogadores celebrados com  essa empresa".  
  
O clube considera que o fundo está a realizar "ingerências" e "ilegítimas  pressões" sobre o Sporting relacionadas com a venda de jogadores. A SAD leonina afirma mesmo que o administrador-executivo do fundo Doyen,  Nélio Lucas, "enviou ao presidente do Sporting vários 'sms' abusivos, entre  os quais, um com uma mensagem informando, em letras maiúsculas, que 'o Marcos  Rojo vai para o  1/8clube estrangeiro 3/8' e que 'se não o deixarem ele vai começar  a provocar problemas na academia'".  

"Além de ser mais uma prova evidente da ingerência que a Doyen faz perante  aqueles que chama de seus parceiros, veio a constatar-se que esta tática  é recorrente e apenas vai mudando o nome dos clubes", adianta a SAD na nota  enviada à CMVM.  
  
O comunicado do Sporting surge horas depois de uma nota enviada pelo  fundo Doyen às redações, na qual a empresa acusa o presidente do Sporting  de mentir e de ter feito exigências extracontratuais relacionadas com a  venda de Marcos Rojo, que - face ao impasse -- se recusou a treinar com  o resto da equipa e está agora sob alçada disciplinar do clube.  
  
Na nota da Doyen, o fundo revela que o dinheiro ou contrapartidas a  receber pelo Sporting não se alteram consoante o passe do jogador Marcos  Rojo venha a ser vendido por 20 ou 30 milhões de euros.  
  
"Por vicissitudes alheias à Doyen, aproveitamos ainda para esclarecer  que mesmo pelo valor da cláusula o Sporting tem os mesmos direitos que tem  hoje, não recebendo, portanto, mais dinheiro ou contrapartidas caso a oferta  seja de 20 ou 30 milhões, sendo trinta o valor da cláusula de rescisão",  escreve o fundo.  
  
À CMVM, a SAD "verde e branca" rebateu esse argumento, acusando o fundo  Doyen de não saber fazer contas.  
  
"Não podemos deixar de nos mostrar preocupados com a incapacidade de  um fundo que gere milhões e vários ativos em fazer contas. Assim, 25% de  30 milhões nunca será igual a 25% de 20 milhões, nem mesmo com o facto do  Spartak de Moscovo ter de receber 20% da mais-valia acima de 5 milhões",  adianta o Sporting.  
  
A estrutura "leonina" dá igualmente exemplos de como o fundo Doyen tem  fórmulas de cálculo diferentes consoante o clube é o Sporting ou o FC Porto. 
  
"Não podemos estranhar esta incapacidade aritmética do fundo Doyen,  pois o seu CEO, Nélio Lucas, conseguiu transformar uma proposta que fez  ao Sporting de 20 milhões, no dia 24/05/2014, para a aquisição do atleta  Brahimi, em 6,5 milhões para outro clube português  [o FC Porto], conforme  é do domínio público", contrapôs a SAD do Sporting.  

O comunicado do Sporting surge horas depois de uma nota enviada pelo  fundo Doyen às redações, na qual a empresa acusa o presidente do Sporting  de mentir e de ter feito exigências extracontratuais relacionadas com a  venda de Marcos Rojo, que - face ao impasse -- se recusou a treinar com  o resto da equipa e está agora sob alçada disciplinar do clube.  

  
     
Com Lusa