"Não paguei dinheiro a ninguém para 'comprar' votos na atribuição do Mundial2006 na Alemanha", disse Beckenbauer, que foi presidente do comité organizador da prova, mostrando-se "seguro" de que nenhum membro do comité de candidatura "fez tal coisa".
No dia anterior, o presidente da Federação Alemã (DFB), Wolfgang Niersbach, tinha negado vigorosamente as alegações de corrupção, enquanto o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse esperar que essa acusação seja "clarificada rapidamente".
"Thomas Bach entende que é do interesse do futebol que estas alegações requerem uma investigação rápida e completa", disse Christian Klaue, porta-voz do COI, na Alemanha.
Thomas Bach era membro do Comité Organizador do Comité responsável pela fiscalização Mundial2006.
Quem se mostrou "chocado" com as revelações foi o antigo 'craque' alemão Lothar Matthaus, para quem é "fundamental que tudo seja esclarecido com transparência" e que a DFB deve fazer tudo para "provar a inocência".
"Eu sei quem trouxe o Mundial para a Alemanha e tenho total confiança neles, mas se o que foi publicado pelo Der Spiegel for verdadeiro, seria imperdoável", afirmou Matthaus, que se tornou comentador televisivo.
Já o diretor esportivo do Bayer Leverkusen, o antigo internacional alemão Rudi Voller, assumiu o apoio ao "bom amigo" Wolfgang Niersbach, convencido que a DFB vai "clarificar rapidamente a situação".
Na sua edição de sábado, o Der Spiegel revelou que que o comité de candidatura alemão ao Mundial2006 criou um 'saco azul' que usou para comprar votos visando ganhar a organização da prova realizada há nove anos.
A Federação Alemã negou estas revelações, embora tenha reconhecido ter efetuado um pagamento de 6,7 milhões de euros à FIFA, o qual não está, alegadamente, relacionado com o Mundial2006.
A Alemanha ganhou a eleição para organizar a prova com 12 votos contra 11 da África do Sul, após a abstenção inesperada do membro neozelandês Charles Dempsey na votação final.
Lusa