Empatadas em (quase) tudo, as equipas lisboetas partem para o embate do Estádio José Alvalade com o segundo lugar na mira, sendo que o triunfo dos 'encarnados' garante-lhes definitivamente o segundo lugar e presença na pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Por outro lado, uma vitória dos 'leões' ou o empate poderão deixar a questão adiada para a última jornada, permitindo ao Sporting de Braga entrar igualmente na corrida, já que os 'arsenalistas' estão no quarto posto a três pontos.
Habituados nos últimos tempos a terem 'lugar cativo' - diretamente ou através das eliminatórias -, os três 'grandes' correm neste campeonato por duas vagas na principal prova europeia, uma das quais já reservada ao FC Porto, seja por via do primeiro, seja pelo segundo lugar, num momento em que a UEFA duplicou os prémios monetários.
Com cinco pontos de atraso para o líder FC Porto, que, em caso de empate no dérbi lisboeta, se sagrará virtualmente campeão após quatro anos de 'jejum' (o maior desde que Pinto da Costa assumiu a presidência), é agora o precioso segundo lugar que move os distantes perseguidores.
A inesperada derrota sofrida pelo Benfica na ronda anterior, na receção ao Tondela (3-2), não só afastou o Benfica da corrida ao inédito 'penta', como alterou os pressupostos para o confronto com o Sporting, que entrará em campo em situação de vantagem.
Como o confronto direto será o primeiro critério de desempate utilizado e os dois clubes empataram 1-1 no Estádio da Luz, um 'nulo' no jogo de sábado beneficiará os 'leões' no desempate com os lisboetas, por força do golo marcado fora de casa, na primeira volta da I Liga, mas pode deixar o Sporting de Braga mais perto, equipa que entra em ação na sexta-feira, com a receção ao Boavista.
Pela mesma razão, uma igualdade a dois ou mais golos será vantajosa para o Benfica e até o empate 1-1 será benéfico para os 'encarnados', pois conseguiriam impor-se no critério de desempate seguinte, a diferença de golos total, graças a um saldo positivo de mais 17 relativamente ao próximo adversário.
Com base naqueles pressupostos, qualquer dos resultados obtidos nas últimas cinco temporadas em casa do rival, para o campeonato, será suficiente para o Benfica segurar o segundo lugar, ainda que, nesta competição, o Sporting apresente um registo ligeiramente favorável (32 vitórias, 31 derrotas e 20 empates).
Há três semanas, o dérbi da penúltima jornada parecia instrumental para a decisão do título entre o Benfica e o FC Porto, mas, desde essa altura, o tetracampeão nacional desbaratou uma vantagem de seis pontos sobre o Sporting, ao perder em casa com os 'dragões' (1-0) e o Tondela (3-2).
As dúvidas no plantel
A descolagem dos portuenses e reaproximação dos 'leões' coincidiu com a lesão do avançado brasileiro Jonas, melhor marcador destacado da Liga, com 33 golos, ausente também nos triunfos sofridos em Setúbal e no Estoril, ambos por 2-1 e conquistados apenas no período de compensação.
Jonas continua a ser a grande incógnita para o treinador Rui Vitória, uma vez que o médio Krovinovic é baixa de longa duração, mas Jorge Jesus, técnico do Sporting, também deverá ver-se privado de alguns jogadores influentes.
Os defesas Piccini e Mathieu e o médio William Carvalho estão em dúvida, ainda que o Sporting tenha demonstrado ser capaz de ultrapassar todas as contrariedades nas últimas seis partidas, incluindo a grave crise institucional motivada pelas críticas do presidente Bruno de Carvalho.
Desde então, o clube de Alvalade arrancou para uma série de seis vitórias consecutivas, uma insuficiente, sobre o Atlético de Madrid, para a Liga Europa, e outra que valeu a qualificação para a final da Taça de Portugal, embora nas grandes penalidades, frente ao FC Porto, além de quatro para a Liga.
O resultado do dérbi lisboeta poderá será determinante para o acesso aos milhões da próxima edição da Liga dos Campeões, ainda que as duas equipas tenham de enfrentar tarefas desiguais na última jornada: o Benfica recebe o Moreirense, 13.º classificado, e o Sporting visita o Marítimo, sexto.
Com Lusa