O líder da claque Juventude Leonina, conhecido como Mustafá, entregou-se esta sexta-feira no posto da GNR da Charneca de Caparica, depois de ter sido ordenada a sua prisão preventiva, no âmbito do processo do ataque à Academia do Sporting.
Fonte judicial disse à Lusa que Nuno Mendes (Mustafá) chegou acompanhado dos seus advogados, cerca das 19:30, tendo ainda aguardado pela receção do mandado de detenção no posto da Guarda Nacional Republicana.
Mustafá estava em liberdade obrigado a apresentações diárias às autoridades no âmbito do processo do ataque à Academia do Sporting, desde novembro de 2018.
PERIGOS DE CONTINUAÇÃO DA ATIVIDADE CRIMINOSA
O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu agravar a medida de coação, dando provimento ao recurso da procuradora do Ministério Público Cândida Vilar, por considerar que o líder da claque tem antecedentes criminais e está a ser julgado no processo de assaltos violentos a casas, que envolve o ex-inspetor da PJ Paulo Pereira Cristóvão.
O acórdão é passível de recurso.
"Existem sérios perigos de continuação da atividade criminosa, de perturbação de inquérito, de fuga e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas [art.º204 do CPP]", diz o despacho do TRL, que revoga a decisão do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Barreiro.
Dos 44 arguidos, 38 estão sujeitos a prisão preventiva
Em liberdade ficam cinco dos arguidos, incluindo o antigo presidente do Sporting, Bruno de Carvalho. O arguido Celso Cordeiro passou de prisão preventiva para prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
Na segunda-feira, o juiz Carlos Delca adiou pela segunda vez o início da fase de instrução devido à apresentação de um novo (terceiro) pedido para o seu afastamento do processo, entregue por um dos advogados.
Os primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a técnicos, futebolistas e outros elementos da equipa 'leonina', ocorrida em 15 de maio do ano passado, ficaram todos sujeitos à medida de coação de prisão preventiva em 21 de maio.
O antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado da autoria moral do ataque, tal como Bruno de Carvalho e 'Mustafá'.
O ataque em Alcochete
Os primeiros 23 detidos pela invasão à academia e consequentes agressões a técnicos, futebolistas e outros elementos da equipa 'leonina', ocorrida em 15 de maio do ano passado, ficaram todos sujeitos à medida de coação de prisão preventiva em 21 de maio.
O antigo oficial de ligação aos adeptos do clube Bruno Jacinto está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado da autoria moral do ataque, tal como Bruno de Carvalho e Mustafá.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque, o MP imputa-lhes a coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. O líder da claque Juventude Leonina está também acusado de um crime de tráfico de droga.
Com Lusa