O agente funerário que tirou fotografias do caixão aberto do antigo futebolista Diego Maradona pediu desculpa aos adeptos, depois das imagens terem sido divulgadas na Internet e terem gerado controvérsia.
Claudio Fernández, funcionário da funerária responsável por organizar as cerimónias fúnebres do ícone argentino, foi fotografado com o filho ao lado do corpo de Maradona. A fotografia, assim como outra onde outro funcionário aparece, acabaram publicadas nas redes sociais.
Na sexta-feira, em entrevista à Rádio 10, de Buenos Aires, Claudio Fernández explicou que a decisão de tirar a fotografia foi “algo instantâneo”.
“O meu filho, como qualquer outra criança, levantou o polegar e eles tiraram a foto. Sei que muitas pessoas ficaram ofendidas, levaram a mal o que fizemos”, disse, revelando também que já recebeu ameaças de morte.
“Dizem que nos vão matar, partir-nos a cabeça”, cita a BBC.
"Estamos destruídos"
Entretanto, a funerária veio dizer que os três homens que aparecem nas fotografias são “colaboradores externos” que apenas ajudaram no transporte dos caixões. O responsável pela empresa, Matías Picón, afirmou-se “devastado” pelas imagens.
“A família tinha plena confiança em nós, por isso ficámos tão afetados. O meu pai de 75 anos chorou. Eu choro, o meu irmão também, estamos destruídos”, concluiu.
O advogado de Diego Maradona garantiu que vai levar à Justiça “os canalhas” responsáveis.
CONHECIDOS OS DADOS PRELIMINARES DA AUTÓPSIA A DIEGO MARADONA
Segundo a imprensa argentina, Maradona, que treinava os argentinos do Gimnasia de La Plata, sofreu uma paragem cardíaca na sua vivenda em Tigre, na província de Buenos Aires.
O último dia da vida de Diego Armando Maradona tinha começado como era habitual nos últimos tempos. Acordou cedo e saiu para uma caminhada pelo bairro, acompanhado por um psicólogo, uma psiquiatra e uma enfermeira.
No regresso foi descansar, mas já não reagiu quando tentaram mais tarde dar-lhe a medicação.
Depois de declarado o óbito, o corpo seguiu para a morgue e o jornal argentino Olé divulgou, entretanto, os dados preliminares da autópsia.
O relatório revela que a morte foi causada por uma insuficiência cardíaca aguda num paciente com cardiomiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva crónica, que gerou um edema agudo de pulmão.
Os problemas de saúde do ex-jogador eram há muito conhecidos e já tinham levado o astro argentino a ser operado a um edema cerebral no início deste mês.
O LEGADO DE "EL PIBE"
A carreira de futebolista, de 1976 a 1997, ficou marcada pela conquista, pela Argentina, do Mundial de 1986, no México, e os dois títulos italianos e a Taça UEFA vencidos ao serviço dos italianos do Nápoles.
O Presidente argentino, Alberto Fernández, decretou três dias de luto nacional pela morte de Maradona, cujo velório e funeral, marcados por alguns tumultos, se realizaram na quinta-feira, em Buenos Aires.