As ginastas olímpicas Simone Biles, McKayla Maroney, Aly Raisman e a antiga ginasta Maggie Nichols apresentaram-se esta quarta-feira perante uma Comissão do Senado norte-americano.

As quatro ginastas testemunharam à Comissão Judiciária do Senado sobre o "incumprimento do dever do FBI no caso Nassar".
Maroney lembrou que em 2015 esteve três horas ao telefone com os agentes do FBI a contar os detalhes dos abusos sexuais que sofreu durante os Jogos Olímpicos de Londres 2012.
No entanto, apenas em julho deste ano é que revelou que o Inspetor-Geral do Departamento de Justiça não documentou a sua história e ainda a deturpou.
"Não só não reportaram o meu abuso, como eventualmente elaboraram um relatório 17 meses depois, com declarações falsas", lamenta McKayla Maroney.
O diretor do FBI, Chritopher Wray, e o Inspetor-geral do Departamento de Justiça, Michael Horowitz, também se vão apresentar à Comissão, mas numa sessão separada.
O gabinete de Horowitz foi autor de um relatório publicado em julho que analisava o tratamento dado pelo FBI às acusações contra Nassar, os altos funcionários do gabinete de Indianápolis não responderam com "extrema seriedade e urgência que mereciam".
"Não só o FBI não fez o seu trabalho sistemática e repetidamente. É também o encobrimento", afirmou o Senador Richard Blumenthal, acrescentando que o Departamento de Justiça se recusou a responsabilizar os agentes.
Larry Nassar condenado a prisão perpétua
O médico de 58 anos está a cumprir uma pena de prisão perpétua após se ter declarado culpado no final de 2017 das agressão sexual.
Em audiência, no tribunal de Ingham, Nassar reconheceu ter "penetrado manualmente" as vítimas e assumiu que a sua conduta não tinha qualquer propósito médico nem foi consentida pelas raparigas.
Os atos remontam à altura em que trabalhava como médico desportivo na USA Gymnastics and Michigan State University.
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O caso mediático reportou a 265 vítimas, incluindo atletas olímpicas de várias universidades e ginastas, que acusaram Nassar de abuso sexual.
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