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Roberto Martínez: das ilhas britânicas ao banco da Seleção Nacional

Roberto Martínez, o novo selecionador nacional
Roberto Martínez, o novo selecionador nacional
STEPHANE MAHE

Roberto Martínez, espanhol de 49 anos, é o novo selecionador de Portugal. A carreira de treinador fixou-se no Reino Unido, com a conquista de uma Taça de Inglaterra. Comandou também a “geração de ouro” da Bélgica, sem títulos, mas com um bronze no Mundial 2018.

O espanhol Roberto Martínez chega ao cargo de selecionador de Portugal de futebol cm contrato válido até 2026, depois de seis anos a tentar dar um título à Bélgica, numa vida profissional e pessoal enraizada no Reino Unido.

O técnico de 49 anos foi o escolhido para suceder a Fernando Santos, que abandonou a seleção lusa após a derrota de Portugal contra Marrocos nos quartos de final do Mundial do Catar. Martínez teve o mesmo destino na seleção belga após a fraca exibição dos “diabos vermelhos”, que não se apuraram para os oitavos-de-final, contando, também, com uma derrota contra a seleção marroquina.

No entanto, a relação entre o ex-jogador espanhol e a seleção belga teve o seu 'auge' em 2018, ao conquistarem o terceiro lugar do Campeonato do Mundo de 2018, na Rússia. A Bélgica apenas “caiu” nas meias-finais, precisamente perante a França, que viria a conquistar o Mundial.

Da mesma forma, no Euro2020, disputado em 2021 devido à pandemia de covid-19, a Bélgica caiu nos quartos-de-final frente à Itália, que também viria a levantar o troféu. A Bélgica era permanentemente vista como favorita, mas acabava por cair permanentemente contra os futuros campeões - argumento que segurava o técnico espanhol.

Antes da aventura belga, Martínez fez a sua vida nas ilhas britânicas, primeiro como jogador e depois como treinador.

A viagem pelas ilhas britânicas

Nascido em Lérida e depois de passar pelo Saragoça, com apenas 22 anos, Martínez rumou ao futebol britânico e por lá se manteve até final da carreira, mas sempre em clubes das divisões inferiores, como o Wigan, a equipa galesa Swansea e com uma passagem pela Escócia para representar o Motherwell.

Foi nas divisões inferiores que o espanhol iniciou a sua carreira de treinador, espelhando a sua carreira de jogador ao passar pelo Swansea, que abandonou após dois anos para comandar o Wigan, na altura na Premier League.

Contudo, o antigo médio chega a Portugal com um espaço quase em branco no seu currículo no que conta a títulos, com a Taça de Inglaterra, conquistada em 2012/13 de forma surpreendente com o Wigan, a ser o único grande galardão da carreira do espanhol.

Uma Taça de Inglaterra não bastou

A conquista da FA Cup, a única na história do Wigan (que acabou por descer de divisão nessa época), fez Martinez 'saltar' para o Everton. Em três anos na cidade de Liverpool, o técnico levou a equipa dos ‘blues’ ao quinto lugar e às meias-finais, tanto da Taça de Inglaterra, como da Taça da Liga. Porém, nunca conquistou os adeptos e acabou despedido.

A "geração de ouro” belga… sem títulos

Com alguma surpresa, Martínez abandonou o Reino Unido e foi o escolhido para liderar, então, a Bélgica, num período em que os 'diabos vermelhos' apresentavam uma das suas melhores gerações de sempre, com Eden Hazard como grande figura. O espanhol até levou os belgas ao topo do ranking da FIFA, mas falhou o tão ambicionado título.

A campanha no Qatar levou à saída de Martínez, numa altura em que a relação com os jogadores já estava publicamente deteriorada, com discussões de balneário entre o antigo jogador do Benfica, Jan Vertonghen, e o jogador do Manchester City, Kevin DeBruyne. A nível pessoal, o novo selecionador de Portugal é casado com uma mulher escocesa e tem duas filhas.