Foram detidas 30 pessoas, esta quarta-feira, pela PSP, em Lisboa. Tratam-se de elementos ligados às claques do Benfica e Sporting. Inicialmente tinha sido avançado que havia 27 detidos no âmbito desta mega operação policial.
O Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública, através da Divisão de Investigação Criminal, realizou também 30 mandados de busca domiciliária, na área da Grande Lisboa e margem sul do Tejo.
“Ao momento, estão já detidos 27 indivíduos com mandatos de detenção fora de flagrante, e há um indivíduo detido em flagrante delito por posse de arma de fogo”, afirma aos jornalistas o subcomissário André Teixeira, da esquadra de Benfica. Além dos detidos, foram apreendidas “duas armas de fogo, produtos de estupefacientes, vários artefactos pirotécnicos, entre outros objetos de relevância para a prova e para as detenções”.
O subcomissário confirma que os detidos “são simpatizantes e adeptos do Sporting e do Benfica” e que “existem também membros da Juve Leo e dos No Name Boys”: “Estamos a falar de uma subcultura de ‘casuais’, subcultura essa que tem a característica de, muitas vezes, ocultar a própria identidade e, através da violência, se conseguirem afirmar nesta comunidades de claques e grupos de adeptos."
Os “casuais” são simpatizantes dos clubes que, não fazendo parte integrante das claques oficiais, têm sido responsáveis por vários episódios de violência e agressões. André Teixeira escusou-se a revelar se os detidos têm antecedentes criminais, adiantando não ter informação específica sobre o assunto de momento
As autoridades estão a investigar situações de agressão - entre grupos e contra a forças de autoridade -, assim como crimes de roubo, dano qualificado e participação em rixa. Os crimes sob investigação terão acontecido nas imediações do estádios da Luz e de Alvalade.
A investigação foi iniciada em abril de 2022, na sequência de “duas situações distintas de roubo”, explica ainda o subcomissário da PSP, que ocorreram “no final ou antes do jogo, nunca durante o mesmo” nas imediações dos dois estádios. Numa cadeia de diligências, foi possível apurar que “outros componentes reincidentes por parte dos membros suspeitos que tinham cometido o primeiro crime”.
Os detidos já começaram a chegar à esquadra da PSP de Benfica, onde deverão pernoitar até serem presentes ao Tribunal de Instrução Criminal, na quinta-feira. Alguns poderão mesmo ficar em prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa. A operação conta ainda com a participação da GNR.