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Tráfico humano: há mais um arguido na investigação à academia BSports

O SEF realizou buscas na casa do primo do ex-presidente da Assembleia Geral da Liga de Clubes, Mário Costa, também arguido e responsável pela academia de Famalicão, que renunciou ao cargo após as buscas de que foi alvo.

Tráfico humano: há mais um arguido na investigação à academia BSports
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O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras constituiu, esta quarta-feira, mais um arguido no processo que envolve sócios-gerentes da academia de futebol BSports, em Riba de Ave, Vila Nova de Famalicão, suspeitos de tráfico de seres humanos.

“O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) deu cumprimento a um mandado de busca domiciliária na cidade de Paredes e constituiu arguido um cidadão português, na sequência do inquérito que corre termos no DIAP de Paredes e que visa investigar a conduta dos sócios gerentes da Academia BSports”, lê-se no comunicado enviado às redações.

Segundo a RTP, trata-se de Manuel Cardoso, primo do ex-presidente da Assembleia Geral da Liga de Clubes Mário Costa.

No comunicado, o SEF recorda que no âmbito da operação ”El Dourado", realizada no passado dia 12 de junho, já havia dado cumprimento "a cinco mandados de busca judiciais, tendo, na altura, constituído arguidos dois cidadãos portugueses e cinco sociedades", lê-se na nota do SEF.

Agora, com a constituição de Manuel Cardoso como arguido, este inquérito passa a ter oito arguidos - cinco sociedades e três pessoas singulares.

Os dois cidadãos portugueses constituídos arguidos em junho foram Mário Costa e o seu pai. Aquando das buscas à academia BSports, foram identificados 114 jovens jogadores, oriundos da América do Sul, de África e da Ásia, que estariam todos em situação irregular no país.

Em comunicado divulgado nessa ocasião, o SEF dava conta de que sinalizou 47 vítimas de tráfico de pessoas, das quais 36 menores e nove jovens adultos. No total, foram identificados 85 estrangeiros, entre adultos e menores.

Durante as buscas realizadas em junho, o SEF apreendeu documentos, nomeadamente passaportes e cartões de residência, que não estavam na posse dos seus titulares, os menores em causa.

A maioria das alegadas vítimas, todos menores, já foi ouvida no Tribunal de Penafiel para memória futura, acrescentando que, após as férias judiciais, deve começar a inquirição de testemunhas, revelou fonte judicial à Lusa.