Luis Rubiales prepara-se para apresentar demissão do cargo de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). O responsável vai fazê-lo na Assembleia Geral Extraordinária convocada para sexta-feira, posto que ocupava desde maio de 2018.
De acordo com o jornal desportivo espanhol Marca, Rubiales já comunicou à sua equipa que vai apresentar a demissão, numa decisão que foi tomada esta tarde de quinta-feira, depois de uma reunião em que também estiveram os representantes regionais do futebol espanhol.
Rubiales deixa a presidência na sequência da polémica sobre o seu comportamento após o Campeonato do Mundo Feminino. O dirigente máximo do futebol espanhol deu um beijo - sem consentimento - a Jenni Hermoso durante a entrega da smedalhas, uma atitude que provocou uma onda de críticas.
Ao episódio, junta-se o seu comportamento em palco e nas celebrações: gestos obscenos, beijos a jogadoras e imagens polémicas.
Rubiales, que em inicialmente não pediu desculpa pela sua atitude, como classificou de “idiotas” todos os que criticaram o seu comportamento, mais tarde acabou por publicar um vídeo em que pedia desculpa. Mas o pedido foi “insuficiente” para os altos responsáveis políticos e desportivos, que exigiram "maior contundência" nas suas palavras face a um ato "inadmissível".
FIFA abre processo disciplinar
A demissão do cargo foi pedida por várias entidades, incluindo pelo primeiro-ministro espanhol, e também a FIFA entrou em ação. Em comunicado a entidade informou que abriu um processo disciplinar contra Rubiales.
De acordo com organismo do futebol mundial, os factos, que remontam a 20 de agosto, podem “constituir violações do artigo 13º, parágrafos 1 e 2 do Código Disciplinar da FIFA”, artigo que diz respeito ao comportamento ofensivo e à violação dos princípios de fair play.
Segundo o artigo 13º, os jogadores, membros do clube e das associações "devem respeitar as Leis do Jogo, assim como os Estatutos e regulações da FIFA, diretrizes indicações, circulares e decisões e cumprir com o princípio de fair play, lealdade e integridade".
A Marca revela que terá sido a pressão mediática que levou o presidente da RFEF a tomar esta decisão, que aos olhos da maioria dos intervenientes no caso chegou demasiado tarde.