A Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) vai reunir-se de emergência esta segunda-feira para avaliar o caso em torno de Luis Rubiales, presidente do organismo, suspenso preventivamente pela FIFA durante 90 dias e proibido de contactar a jogadora Jenni Hermoso, que beijou na boca durante a celebração da conquista do mundial feminino.
Uma reunião que, aos olhos do comentador da SIC Pedro Fatela, é possivelmente “a parte mais extraordinária” de toda a polémica.
“Como é que passado todo este processo, tudo o que aconteceu no dia da final e nos festejos, depois de todo o processo de vitimização que Luis Rubiales tem procurado desenvolver nos últimos dias, ainda existem pessoas, particularmente dentro da RFEF, que apoiam este tipo de conduta e que, de certa forma, ainda se querem agarrar ao poder, que é o que me parece que está a acontecer”, afirma.
Para Pedro Fatela é evidente que “Luis Rubiales e algumas das pessoas com quem trabalha estão ainda a tentar agarrar-se ao poder”, sem que haja “condições para isso”.
“A FIFA já deu o primeiro passo, esperemos que a RFEF consiga dar o passo final”, sublinha o comentador.
Um mandato de conflitos que chega “a uma situação limite”
Todo o processo e a resistência de Rubiales em deixar o cargo estão também relacionados com “interesses financeiros”, mas parece agora certo que o presidente da RFEF chegou ao fim da linha.
“Rubiales teve ao longo do seu mandato muitos conflitos, muitas polémicas a que foi sobrevivendo, mas chegou a uma situação limite que está a prejudicar de forma muito grave a imagem da RFEG e que pode prejudicar muito candidatura conjunta de Portugal, Espanha, Marrocos e Ucrânia ao mundial de 2030”, alerta Pedro Fatela, acreditando que o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Luís Gomes, “está a gerir o silêncio” pois “provavelmente não iria acrescentar muito mais ao que já foi dito”.
Uma polémica que mancha “um grande feito” para a seleção
Num momento em que Espanha alcança um feito histórico no futebol feminino, o caso Rubiales acaba por ofuscar essa conquista.
“Os Estados Unidos eram a grande seleção, que foi ultrapassada. Espanha conseguiu um grande título com uma geração de ouro e tudo isso acaba por ser apagado. É extremamente negativo que estas jogadoras não sejam tão recordadas pelo grande feito neste mundial e fiquem associadas a este episódio triste”, lamenta o comentador.