O polémico beijo dado pelo suspenso presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) à jogadora Jenni Hermoso tem feito correr muita tinta.
Tudo aconteceu a 20 de agosto, durante as comemorações do inédito título mundial de futebol por parte da seleção feminina de Espanha, que derrotou na final, disputada em Sidney, a Inglaterra por 1-0, quando, na altura da entrega dos prémios, Rubiales deu um beijo na boca de Hermoso.
Seguiram-se inúmeras críticas ao sucedido e para a antiga secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, a situação tornou-se numa telenovela.
Esta situação transformou-se numa telenovela onde há mais lugar a opinião do que à abordagens que estão, efetivamente, consagradas em termos de garantias dos direitos humanos e da dignidade, seja de Mulheres, seja de qualquer pessoa", especificou.
Mas para Rosa este caso tem duas reflexões, e uma delas é que o mundo do “futebol envolve muito dinheiro, mas também muitas emoções” e neste caso específico “estão implícitas e explicitas relações de poder e de disputa de lugares muito significativos e entendo assim toda esta polémica”.
“Aliás toda esta polémica não se trata de uma questão de opinião, até porque foi visto o que aconteceu e, pelos vistos, já não é o primeiro comportamento por parte deste protagonista”, acrescentou.
A ex-secretária de Estado reforça, também, que “mais uma vez, neste tipo de controvérsias públicas, aquilo que se põe em causa é a vítima, ou seja, é a veracidade [da vítima] analisada ao limite”, como os comportamentos e a fala.
A celebração do primeiro campeonato do mundo ficou marcada por esta polémica, que "obviamente também ficou muito prejudicada pelo comportamento sexista e abusivo por parte de Rubiales", que “quando veio a público decidiu apresentar as suas justificações num estilo intimidatório e de exercício de poder que ilustra o que é a sua posição e a sua efetiva abordagem, quer a estes temas, quer a toda esta polémica", concluiu.