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Mundial de râguebi: quais as ambições de Portugal e que adversários vai defrontar?

Os “lobos” regressam ao principal torneio de seleções do râguebi mundial 16 anos depois da primeira (e única) participação. Portugal integra o grupo C e estreia-se na competição, que arranca esta sexta-feira, no dia 16.

Mundial de râguebi: quais as ambições de Portugal e que adversários vai defrontar?
Martin Dokoupil - World Rugby

A seleção portuguesa de râguebi participa no Mundial França2023 com o objetivo de somar a primeira vitória na competição, 16 anos após a única participação na maior prova da modalidade a nível internacional.

Tal como em 2007, os “lobos” foram a última equipa a qualificar-se e vão disputar o grupo C, frente a Austrália, País de Gales, Fiji e Geórgia, mas chegam a França com ambições mais altas do que na sua primeira e única participação.

No grupo que se prevê o mais equilibrado do Mundial, onde os quatro adversários da seleção lusa ocupam lugares no ranking mundial entre o sétimo e o 11.º, Portugal (16.º) corre 'por fora', mas sonha com uma surpresa que possa baralhar as contas dos favoritos.

Martin Dokoupil - World Rugby

Objetivamente, os "lobos" colocam a 'mira' na Geórgia (11.º), 'velho conhecido' do Europe Championship, adversário com o qual empataram (25-25) na qualificação, em Tbilisi, em fevereiro do ano passado, e defrontam na segunda jornada, em 23 de setembro, em Toulouse.

No entanto, a seleção portuguesa não vence os “lelos” desde fevereiro de 2005, ainda antes da sua primeira presença num Mundial, dois anos depois, e já em fevereiro deste ano perdeu por 38-11 na final do Europeu disputada em Badajoz.

Levan Verdzeuli

Fiji (sétimo lugar) é outro adversário contra o qual os “lobos” sonham causar uma surpresa, na última jornada do Grupo C, em 08 de outubro, mas os ilhéus têm demonstrado uma clara subida de rendimento, traduzida, de resto, na sua atual posição no 'ranking'.

A seleção do Pacífico Sul venceu mesmo a Inglaterra (30-22) em Londres, pela primeira vez na sua história, no último encontro de preparação para o Mundial, no final de agosto.

Clive Mason

A Austrália (nono lugar) e o País de Gales (10.º) têm um 'ranking' teoricamente mais acessível do que os ilhéus, mas integram o lote de candidatos a chegar às fases mais adiantadas da competição.

Morgan Hancock

Os galeses são o primeiro adversário dos "lobos", em 16 de setembro, em Nice, e os “wallabies”, cuja equipa secundária derrotou a seleção portuguesa (30-17) em agosto, são o terceiro adversário, em 1 de outubro, em Saint-Étienne.

Jean Catuffe

Ambos 'cruzam' o caminho dos “lobos” numa fase em que o cansaço físico e psicológico, bem como a possibilidade de as contas do grupo já estarem 'fechadas', ainda não interfere com o que possa acontecer no relvado.

A estreia dos “lobos” em Mundiais, há 16 anos

Em 2007, sob o comando de Tomaz Morais, a seleção portuguesa somou quatro derrotas, mas conquistou o seu primeiro ponto na competição, ao perder com a Roménia (14-10), na última jornada, por uma diferença inferior a sete pontos, o que lhe valeu o bónus defensivo.

Alex Livesey

Nos jogos anteriores, Portugal sofreu derrotas expressivas com a Escócia (56-10) e a Nova Zelândia (108-13), num encontro onde os “All Blacks” somaram 16 ensaios, e discutiu o resultado com a Itália até aos últimos 20 minutos, mas saiu também derrotado (31-5).

Na memória coletiva ficou o ensaio marcado por Rui Cordeiro à poderosa Nova Zelândia, embora os “lobos” tenham conseguido fazer um toque de meta contra todos os adversários que enfrentaram.

Eddy LEMAISTRE

As derrotas pesadas foram, então, consideradas 'normais' para uma seleção composta quase exclusivamente por jogadores amadores.

Em 2023, resultados tão expressivos cairiam claramente fora das ambições dos "lobos", orientados por Patrice Lagisquet, que conta com uma base de 17 jogadores profissionais, que alinham nos campeonatos franceses, entre os 33 convocados para o Mundial.

Apesar de 16 dos jogadores convocados ainda conciliarem os estudos ou as suas profissões com a prática de râguebi, a seleção portuguesa chega a França com a ambição de complicar a vida às equipas mais poderosas do grupo e marcar vários ensaios através do jogo reconhecidamente veloz e criativo das suas linhas atrasadas.

A seleção portuguesa vai jogar o Mundial de râguebi pela segunda vez no seu historial, após a histórica presença na competição, em 2007, também em França.

Portugal vai disputar o grupo C, no qual enfrenta o País de Gales (16 de setembro), a Geórgia (23 de setembro), a Austrália (1 de outubro) e as Ilhas Fiji (8 de outubro).

O Mundial de França2023 decorre entre 8 de setembro e 28 de outubro.