O Palmeiras conquistou esta quinta-feira o Brasileirão, o 12.º da história do clube e o segundo (consecutivo) com Abel Ferreira. O futuro ainda é incerto, mas o treinador português diz que “não tem de se despedir de ninguém”. O discurso no balneário, após o nono troféu em pouco mais de três anos no clube, está a dar que falar.
O título, que já estava praticamente garantido antes da última jornada, foi consumado com um empate na casa do Cruzeiro (1-1), sem precisar de olhar para os outros jogos. O golo dos campeões saiu dos pés de Endrick, o grande talento desta geração brasileira, já vendido ao Real Madrid.
A festa começou no relvado e continuou no balneário, onde Abel fez questão de abrir uma garrafa de champanhe, depois de um discurso especial.
O técnico, agora bicampeão do Brasil e da Taça Libertadores, afirmou que “nem nos melhores sonhos” imaginava formar “um grupo de trabalho com muito mais do que futebol”.
"O que nós construímos aqui eu não consigo descrever com palavras o que não se vê... Sente-se. Eu disse-vos isso diversas vezes. (…) Alguns vão querer desvalorizar, mas para mim dá igual. Eu sempre vos disse: o Brasileirão é uma maratona. Ganhar uma vez é difícil. Ganhar de novo é para muito poucos".
Leia o discurso na íntegra
“Vocês entregaram à comissão técnica as vossas almas. É uma coisa absurda o que vocês fazem por nós. É absurdo o que vocês fizeram. Nunca nos meus melhores sonhos, nunca, eu imaginei que ia formar um grupo de trabalho com muito mais do que futebol. Muito mais. Eu não sei qual é o legado que nós vamos deixar, porque acho que só daqui uns 15 anos que vamos saber. Não é agora. Mas eu disse-vos várias vezes: vocês nasceram para fazer história nesse clube. E eu não vou me despedir de ninguém porque não tenho que me despedir de ninguém. Ok?”
“Estou muito grato. Deus abençoou-me e guiou-me no sentido de me trazer para este lado do Atlântico e me colocar no clube certo, com as pessoas certas, na hora certa. Isso são coisas que o destino nos coloca, a vida nos coloca lá. Como o (Anderson) Barros disse muito bem, eu só tenho palavras de gratidão a cada um de vocês. Os que jogaram mais, os que jogaram menos, dos que respeitaram sempre as opções do treinador. Falando especificamente dos jogadores, obrigado, do fundo do coração. É um obrigado interno”.
"E volto a dizer: o que nós construímos aqui eu não consigo descrever com palavras o que não se vê. Sente-se. Disse-vos isso diversas vezes. Aos nossos funcionários disse isso. Muitas vezes ao longo do ano vocês foram absolutamente incríveis. Um clube é feito de pessoas. E graças ao trabalho de todos que estão aqui dentro, sem exceção, nós conseguimos chegar ao final com mérito. Alguns vão querer desvalorizar, mas para mim dá igual... Eu sempre vos disse: o Brasileirão é uma maratona. Ganhar uma vez é difícil. Ganhar de novo é para muito poucos. E agora vocês vão me permitir, eu tenho aqui uma garrafa de champanhe, vou abrir e vou batizar todo mundo."