Nuno Borges foi eliminado do Open da Austrália, nos oitavos de final. Perdeu em 4 sets frente a Daniil Medvedev, terceiro no ranking mundial, com os parciais de 3-6, 6-7, 7-5 e 1-6. Nuno Borges iguala, assim, a melhor prestação de sempre de um português num Grand Slam, foi a de João Sousa, no Open dos Estados Unidos, em 2018, e em Wimbledon, em 2019. Olivier Bonamici destaca o “resultado incrível” e traça o percurso desportivo deste jovem tenista com um futuro muito promissor.
“Há quatro torneios do chamado Grand Slam, os quatro maiores torneios de ténis que é o Open de Austrália, Roland Garros, em França, Wimbledon, em Inglaterra e US Open, nos Estados Unidos. Ele consegue um resultado incrível.”
"Apenas João Sousa, que é mais velho, tem 34 anos (Nuno Borges tem 26 anos), conseguiu duas vezes, chegar aos oitavos de final num torneio do Grand Slam. João Sousa foi até à data o único português a estar entre os 50 melhores jogadores do mundo. Vai ser o caso, em breve, é uma questão de dias agora, a confirmação: Nuno Borges entra no top 50 dos melhores jogadores do mundo de ténis", destaca o comentador da SIC.
"Percurso curioso" da Maia para os EUA
Olivier Bonamici começa por dizer que o jovem tenista tem “um percurso curioso”. Nasceu na cidade da Maia e foi lá que começou a praticar ténis, com apenas 6 anos.
“Nuno Borges vivia perto do magnífico complexo desportivo da Maia”, com vários campos de ténis, cobertos e descobertos, em terra batida.
"Ganhou no ano passado o Open da Maia, que já tem um belo torneio de ténis em Portugal, portanto o homem da terra ganhou, ele que joga ténis a partir dos 6 anos e depois, aos 18 anos de idade vai-se embora", conta.
O comentador da SIC explica que Nuno Borges foi para os Estados Unidos “estudar cinesiologia, ou seja, a ciência que estuda os movimentos do corpo”, com uma bolsa conquistada através das suas qualidades de atletas.
O tenista português beneficia, assim, de um treino de qualidade, personalizado, que só é possível nos Estados Unidos, onde o desporto universitário tem características únicas e que fornece os grandes atletas aos campeonatos principais.
Bonamici sublinha a importância da NCAA, associação que gere o desporto universitário nos Estados Unidos, que tem um orçamento anual de 6 mil milhões e que aposta na formação em várias modalidades, nomeadamente na natação, atletismo e no ténis.
“Tens treinadores de grande qualidade em Portugal, mas não há dinheiro para ter um treinador para cada jovem. Não há esta capacidade. Nos Estados Unidos, por causa desta máquina que é a NCAA, há esse treino diário, personalizado, coach mental, tudo isso que é complicado haver com o dinheiro que há em Portugal”, conclui o comentador da SIC.