Desporto

A morte do pai e o grave acidente de moto: a vida difícil de Diogo Ribeiro, o novo herói português

Aos 19 anos, o nadador português sagrou-se esta segunda-feira campeão do mundo em 50 metros mariposa. Mas o percurso do atleta do Benfica não foi um “mar de rosas”, tendo sido obrigado a fintar as adversidades que a vida lhe colocou.

Diogo Ribeiro
Diogo Ribeiro
CLODAGH KILCOYNE

A medalha de ouro conquistada esta segunda-feira por Diogo Ribeiro em Doha, nos 50 metros mariposa dos Mundiais aquáticos, é o maior feito da natação portuguesa, a quem faltava uma grande conquista em campeonatos de nível absoluto.

Aos 19 anos, o novo herói português foi o único a fazer a prova abaixo dos 23 segundos, estando agora no horizonte os Jogos Olímpicos de Paris, que se realizam este ano.

Mas o percurso do atleta do Benfica não foi um “mar de rosas”, tendo sido obrigado a fintar as adversidades que a vida lhe colocou.

Com apenas quatro anos de idade, Diogo Ribeiro perdeu o pai, algo que o afetou muito. Até que a mãe sugeriu que se dedicasse à prática da natação, de modo a concentrar-se e a ocupar os seus tempos livres.

Mais tarde, aos 16 anos, o azar voltou a bater-lhe à porta. Diogo sofreu um grave acidente de moto, que o atirou para uma cama de hospital.

"No hospital só pensava que a minha carreira tinha acabado. Não me conseguia mexer. Doíam-me as costas só de respirar. O acidente foi uma lição. Deu-me força mental e psicológica. Acho que ganhei uma segunda vida. (…) Achava que era indestrutível", revelou em entrevista ao Maisfutebol.

O agora campeão do mundo sofreu hematomas por todo o corpo e queimaduras nas pernas. Teve ainda um ombro deslocado, uma fratura num pé e uma lesão peitoral, a que se juntou ainda a perda de parte do seu dedo indicador direito.

A recuperação foi lenta mas Diogo Ribeiro não desistiu e foi à luta. Em menos de um ano, o jovem sarou as feridas interiores e exteriores e regressou ao desporto em grande nível, tendo despertado o interesse do Benfica.

Mudou-se de malas e bagagens para Lisboa e comprovou o potencial que lhe auguravam. Em 2022, ainda com idade júnior, Diogo Ribeiro foi protagonista nos campeonatos nacionais que decorreram em Coimbra. Foram dez os recordes nacionais que bateu: seis de juniores e quatro de absolutos.

Já em julho de 2023, conquistou a medalha de prata nos 50 metros mariposa no Campeonato do Mundo de Fukuoka, no Japão, dando a primeira medalha a Portugal naquela competição.

Agora meio ano depois, Diogo Ribeiro melhorou a sua prestação e alcançou o primeiro lugar no pódio, e fez-se ouvir “A Portuguesa” no Qatar.

Atingido o Olimpo da natação, o próximo objetivo é a participação nos Jogos Olímpicos de verão, que decorrem em Paris, este ano.

A reação após a conquista do ouro