O Portimonense ainda tem a esperança de permanecer na Primeira Liga, pela via administrativa. Os algarvios, que terminaram no 16.º lugar e foram despromovidos após serem derrotados pelo AVS no play-off, falam em problemas de processo de licenciamento de algumas SAD para a temporada que se avizinha.
Numa nota enviada às redações, Rodiney Sampaio, líder da SAD do Portimonense, diz estar atento às eventuais falhas na apresentação dos requisitos por parte de algum clube, colocando o nome do Boavista como um dos possíveis emblemas em incumprimento.
"O Portimonense e os investidores (acionistas) são rigorosos cumpridores de todas responsabilidades e obrigações em todos aspetos. Sabemos que o futebol profissional hoje exige o máximo rigor em todas as áreas, especialmente a financeira. Temos infraestruturas e estádio de topo, sem dívidas e com saúde financeira. Cumprimos todos os nossos deveres e obrigações com a Segurança Social, Autoridade Tributária, seguros, salários, clubes e fornecedores. Não fazemos nada mais que a obrigação e dever que deve pautar todos os clubes e sociedades desportivas", começa por dizer o dirigente brasileiro.
Rodiney Sampaio lamenta a situação do Boavista, que alegadamente se encontra com salários em atraso, mas diz que o "sucesso desportivo de outros anos se confunde com o avolumar de dividas, polémicas e perdões".
É difícil falar sobre o Boavista. É um clube histórico e já foi campeão nacional, mas a verdade é que o sucesso desportivo de outros anos se confunde com o avolumar de dividas, polémicas e perdões. Incumprimento reiterado no pagamento de salários comprovados que já resultaram em procedimentos disciplinares onde foram condenados por não apresentarem a tempo os comprovativos de pagamento de salários a funcionários. Jogadores que apresentaram rescisão de contrato por salários em atraso. Incumprimentos diversos junto das instâncias internacionais sendo público que se encontram impedidos de inscrever jogadores pela FIFA", aponta.
"O caso do Boavista merece a atenção da Portimonense como deverá merecer a atenção de todos os clubes e entidades desportivas nacionais. O incumprimento salarial coloca em causa a integridade da competição e até a verdade desportiva. O nosso projeto continua e acreditamos que a justiça será implacável", finaliza.
Portimonense tenta repetir o verão de 2020
Em agosto de 2020, o Vitória de Setúbal, que tinha terminado a edição de 2019/20 da Primeira Liga no 16.º lugar, acima da zona de despromoção, foi impedido de se inscrever nas competições profissionais depois de a Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional ter reprovado os processos de licenciamento.
Em causa estavam pressupostos financeiros incumpridos: o clube não conseguiu apresentar prova de "inexistência de dívidas a sociedades desportivas", a "inexistência de dívidas a jogadores, treinadores e funcionários", assim como "a regularidade da situação contributiva perante a Autoridade Tributária", segundo a LPFP.
O Portimonense, que terminara o campeonato no 17.º lugar, manteve-se assim no principal escalão do futebol português, enquanto que os sadinos caíram para o Campeonato de Portugal, na altura a terceira divisão.
