O comentador da SIC, Luís Cristóvão, acredita que o momento menos positivo que o FC Porto atravessa deve-se em parte às opções de Vítor Bruno, treinador da equipa, mas também “a uma série de erros que foram cometidos nos últimos anos”.
Após o afastamento da Taça de Portugal, no domingo, frente ao Moreirense, Vítor Bruno garantiu que tem condições para continuar ao leme da equipa.
Luís Cristóvão reconhece que “todo este clima à volta” dos ‘dragões’ “não está a ajudar” o treinador do FC Porto, que, depois do encontro frente ao conjunto de Moreira de Cónegos, viu os adeptos protestarem e mostrarem lenços brancos para o relvado.
“Creio que os adeptos têm todas as razões e toda a liberdade para protestar, mas o impacto que este tipo de protesto está a ter sobre a equipa não é positivo”, aponta.
Tocha, petardos e gritos: adeptos do FC Porto protestam na chegada do autocarro
Mau momento "não tem nada que ver com atitude"
Com esta derrota o FC Porto aumentou para três o número de encontros consecutivos a perder. O que explica este momento desportivo?
O comentador da SIC acredita que o plantel de Vítor Bruno “taticamente tem tido muitas dificuldades para impor alguma criatividade e, acima de tudo, para impor agressividade dentro do terreno”.
“Isto não tem nada que ver com atitude, tem que ver com a forma como a equipa está montada e como aborda os jogos do ponto de vista tático”, acrescenta.
Na ótica do comentador da SIC, os ‘azuis e brancos’ são, muitas vezes, "uma equipa passiva e, mesmo em momentos em que têm mais bola, têm muitas dificuldades para criar”.
Luís Cristóvão defende ainda que o emblema da Invicta viveu, nas últimas semanas, “muito dependente da capacidade de finalização de Samu”, que faturou por diversas vezes.
Golos esses que “estavam a colocar o Porto a um nível mais alto do que a sua produção futebolística”, nota.
O comentador lembra ainda que Vítor Bruno cumpre apenas a sua primeira época enquanto técnico principal, pelo que considera ser normal que se notem “algumas fragilidades”.
Por outro lado, diz ainda, o ambiente que se vive hoje no clube “não é exclusivamente dependente da direção atual”:
“É um ambiente dependente de uma série de erros que se cometeram nos últimos 10/15 anos e, portanto, o plantel do Porto, a equipa técnica do Porto, a forma como a equipa está neste momento é consequência de uma série de más decisões que eclodem neste ano que, à partida, seria um ano de transição num nível de exigência, que creio eu não se cola com a capacidade que a equipa tem neste momento."
Ruben Amorim empata na estreia
Fora de portas, mais concretamente em Inglaterra, também no domingo, Ruben Amorim estreou-se no comando técnico do Manchester United com um empate frente ao IpswichTown (1-1).
Luís Cristóvão considera que tempo para treinar e trabalhar “vai ser muito importante” para o treinador português, que na última semana não teve à sua disposição muitos dos principais elementos do plantel, devido à pausa para as seleções.
Ruben Amorim admite que "vai ser preciso tempo" para 'mudar' o Manchester United
No duelo de domingo, analisa, o United “até começou bem” com um golo logo aos dois minutos, mas com o desenrolar da partida “notou-se que está ainda muito distante do que pode ser uma equipa de mínimos para Ruben Amorim”.
“Para além do mais, [Ruben Amorim] encontrou ontem [no domingo] aquilo que vai ser a sua realidade: a partir de hoje não há jogos fáceis, todas as equipas são super competitivas.”
O Ipswich Town, finaliza, “é uma equipa particularmente difícil”, algo que se notou na agressividade que colocou no jogo”.