Desporto

Rubiales garante em tribunal que Hermoso consentiu o (polémico) beijo

Luis Rubiales começou, esta terça-feira, a ser ouvido em tribunal por causa do polémico beijo à futebolista Jenni Hermoso. O ex-presidente da federação espanhola de futebol está acusado de agressão sexual e de coação por alegada tentativa de abafar o caso.

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Foi em silêncio que Luis Rubiales furou a custo a "bolha mediática" para entrar no tribunal, onde tenta defender a sua versão de que o beijo dado na boca de Jenni Hermoso foi consentido.

“Quando acabámos de nos abraçar, pus as mãos em cima dos ombros e, quando íamos dar o beijo, depois de ela me dar autorização ou durante essa frase, agarrei a cabeça dela com mãos”, contou.

E foi ao mesmo tempo, o beijo e agarrar-lhe na cabeça? “A pergunta e a resposta foram ao mesmo tempo, e depois o beijo”, respondeu.

Questionado sobre se está seguro de que Hermoso lhe deu consentimento para o beijo, Rubiales não hesitou: “Completamente seguro”.

Rubiales desmentiu ainda que tenha tentado coagir a atleta a assinar um comunicado para desvalorizar o beijo: “Não aconteceu nada no autocarro, como se falou”.

Ao tribunal admite agora que não avaliou bem o momento, mas recusa ter cometido um crime.

“Comportei-me como um atleta que alcança um êxito, como mais um elemento do grupo. Nesse momento devia ter tido mais sangue-frio e assumido um papel mais institucional, mas daí a dizer que cometi um delito, como dizem, não”.

Na semana passada, no início do julgamento, a atleta garantiu, porém, que não deu qualquer consentimento para o beijo, que ficou incrédula e que se sentiu desrespeitada: “Agarrou-me e eu não consegui reagir em nenhum momento”.

Luís Rubiales e três outros dirigentes do futebol estão acusados de coação por tentarem abafar o caso. A atleta assegurou ainda em tribunal que, no regresso a Espanha, Rubiales lhe pediu ajuda para pôr um ponto final no tema.

“Pediu-me por favor, pediu-me pelas suas duas filhas que estavam na parte de trás do avião a chorar e a sofrer bastante, e eu disse-lhe que lamentava mas que não o faria”, contou Hermoso.

O Ministério Público pediu dois anos e meio de prisão para o ex-presidente da federação espanhola de futebol, que está no banco dos réus, acusado de agressão sexual. O julgamento deverá terminar esta quarta feira.