As mortes dos futebolistas Diogo Jota e André Silva chocaram o mundo do futebol e deixaram um país de luto. Um “luto coletivo” que, segundo o psicólogo e comentador SIC Mauro Paulino “pode apaziguar" e trazer “algum conforto”, mas “nada vai substituir a dor” sentida por familiares e amigos.
Em entrevista no Primeiro Jornal, o psicólogo clínico explica que o conforto emocional e a passagem de informação à família são preponderantes numa “primeira fase” do luto.
“Outras etapas do processo de luto vão precisar de um acompanhamento diferente. (…) Um acompanhamento dado a titulo profissional pode ajudar a preencher o vazio”, afirma.
“O processo de luto nunca termina”
A morte inesperada e devastadora dos dois irmãos gerou uma onda de solidariedade coletiva que “pode apaziguar” e “trazer algum conforto”, refere Mauro Paulino, mas “nada substitui a dor que a família sente”, num processo de luto que ”nunca termina.
“É um jogador que entrou muitas vezes pela nossa casa, na televisão, nas rádios, o que dá uma noção de proximidade emocional”, sublinha.
Como falar da morte com as crianças?
Diogo Jota era um ídolo para milhares de crianças que perseguem o sonho de um dia serem futebolistas profissionais. Faz, por isso, “todo o sentido que os pais permitam que os filhos coloquem as duvidas que tenham a colocar”.
“[Os pais] devem dar oportunidade dos filhos de expressarem as suas emoções e as suas dúvidas e ter a capacidade de falar da morte sem medo, evitando usar expressões como ‘ele foi para o céu’ ou para um sitio melhor”, conclui Mauro Paulino.