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Análise

Despedimento de Bruno Lage foi "acelerado pelas eleições" do Benfica

Apesar de considerar que as eleições que se aproximam precipitaram a decisão, David Borges, comentador da SIC, acredita que a responsabilidade do despedimento é do próprio treinador, “que não conseguiu pôr a equipa a jogar ao nível da exigência dos seus adeptos”. 

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David Borges, comentador da SIC, não tem dúvidas de que, se as eleições no universo encarnado não estivessem agendadas para o próximo mês, Bruno Lage não seria afastado do comando técnico do clube. Na sua análise na SIC Notícias à situação que afeta o clube da Luz, o comentador defende que Rui Costa deveria ter consultados os restantes candidatos à presidência antes de despedir o técnico.

David Borges considera que a saída de Bruno Lage do Benfica foi “acelerada pelas eleições” porque “em situações normais ser-lhe-ia dada mais uma janela de oportunidade” para continuar no cargo: 

“Afinal, em termos de resultados, não esteve mal. Conseguiu qualificar o Benfica para a fase de liga da Champions, conseguiu ganhar a Supertaça e conseguiu entrar a ganhar no campeonato. É verdade que as exibições estiveram a roçar o nível zero e isso tornou o público da Luz muito insatisfeito, mas a proximidade das eleições fez com que Rui Costa se apressasse a despedir Bruno Lage porque pensou que as coisas só iriam piorar.” 

O comentador lembra que, na passada semana, José Mourinho, nome agora apontado ao comando técnico das ‘águias’, recebeu uma “enormíssima ovação” no Estádio do Dragão. 

Para David Borges, se o técnico aceitar o desafio, será “contraditório em relação aos sentimentos dos adeptos, que não perdoam estas circunstâncias”. 

“Para os adeptos do FC Porto, Mourinho era património seu e, agora, veem esse património transferido para o rival principal. Não lhe vão perdoar isso”, entende. 

Apesar disso, entende que Mourinho “é um dos melhores treinadores do mundo” e, que, por isso, “tem todas as condições para liderar o Benfica”. 

O comentador ‘atira-se’ também à “desastrosa política desportiva do Benfica”: 

O Benfica, em minha opinião, não tem política desportiva, não apenas na escolha do treinador, como na própria definição do seu plantel, ou por contratação de uma equipa quase inteira. O Benfica é hoje uma coleção de cromos estrangeiros, desdenhando a sua formação, que é uma das melhores do mundo. E não deixa de ser perturbador observar, como eu observei o jogo de jovens, porque também há uma Liga dos Campeões jovem, em que o Benfica defrontou o mesmo Qarabag e ganhou por 7 a 1.” 

Novamente sobre a saída de Bruno Lage do clube da Luz, David Borges acredita que a responsabilidade do despedimento é do próprio treinador, “que não conseguiu pôr a equipa a jogar ao nível da exigência dos seus adeptos”. 

Contudo, acrescenta que Rui Costa, presidente do Benfica, deveria ter “consultado” os restantes candidatos à presidência do clube sobre o afastamento do treinador de forma a “inteirar” os demais “do que está a ser planeado”. 

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