O Comité Paralímpico Internacional (IPC) decidiu levantar a suspensão parcial da Rússia e da Bielorrússia, em vigor desde a invasão da Ucrânia, e integrar os dois países como membros de pleno direito da organização.
A decisão, tomada durante assembleia-geral da organização, este sábado, em Seul, reabre o caminho para a presença de atletas russos e bielorrussos sob as respetivas bandeiras nos Jogos de Milão-Cortina, de 06 a 15 de março. Mas os seis desportos do programa dependem das federações internacionais que, até agora, mantiveram a suspensão dos atletas russos e bielorrussos.
Para ser elegível para os Jogos Paralímpicos, cada atleta deve ter uma licença ativa para a temporada 2025/26 da sua federação internacional, neste caso a FIS (esqui alpino paraolímpico, esqui de fundo paraolímpico, snowboard paraolímpico), a IBU (biatlo paraolímpico) e a WPIH (hóquei no gelo paraolímpico), que os excluem, por enquanto, do processo de qualificação.
Por sua vez, a World Curling (curling em cadeira de rodas) atribui uma quota a um país e não a um atleta, e as suas qualificações já estão concluídas.
"O IPC trabalhará com os dois membros em questão para implementar disposições práticas para esse efeito, assim que for razoavelmente possível", indicou a organização, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A assembleia-geral do IPC pronunciou-se inicialmente contra a suspensão total dos dois comités nacionais (115 contra, 55 a favor, 11 abstenções relativamente à Rússia, 119 contra, 48 a favor e nove abstenções relativamente à Bielorrússia). Mas, em seguida, decidiu levantar a suspensão parcial da Rússia (91 a favor, 77 contra, 8 abstenções) e da Bielorrússia (103 a favor, 63 contra, 10 abstenções).
A suspensão parcial foi adotada no outono de 2023 pela assembleia geral do IPC, autorizando, sob bandeira neutra e condições estritas de neutralidade, a participação de atletas russos e bielorrussos nos Jogos Paralímpicos de Paris em 2024.
Antes disso, o IPC excluiu os comités paralímpicos russo e bielorrusso dos Jogos de Pequim em 2022, a 03 de março, na véspera da cerimónia de abertura a 04 de março, que teve lugar apenas alguns dias após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro.
Esta decisão surge oito dias após a decisão do Comité Olímpico Internacional (COI) de autorizar, sob bandeira neutra e condições estritas, a presença de atletas russos e bielorrussos nos Jogos Olímpicos de Milão-Cortina, tal como em Paris-2024.
