Desporto

Candidatos à liderança do Sporting criticam gestão de Frederico Varandas

As eleições dos órgãos sociais do Sporting para o quadriénio 2022-2026 decorrem a 5 de março.

Candidatos à liderança do Sporting criticam gestão de Frederico Varandas

Os candidatos à liderança da direção do Sporting Ricardo Oliveira (lista B) e Nuno Sousa (lista C) criticaram esta quarta-feira a gestão do atual presidente Frederico Varandas (lista A), no debate realizado no museu do clube, em Lisboa.

“A candidatura de Frederico Varandas e o mandato que agora termina tem um pecado original, que é a péssima relação com os sócios. Relembro que o mote da campanha era unir o Sporting e acho que falhou completamente. Além disso, há uma clara falta de transparência, liderança e competência na gestão”, atirou Nuno Sousa, na Sporting TV.

Lembrando que o seu foco “será sempre a relação com os sócios”, o gestor, primeiro candidato assumido à presidência dos campeões nacionais de futebol, considerou que “muitas propostas” lançadas há quatro anos pela atual direção “não foram cumpridas”.

“Candidatamo-nos porque somos a verdadeira e real alternativa, feita de pessoas que querem ser reconhecidas pelas ideias que foram desenvolvidas ao longo de dois anos. Achamos que este é o mais vasto e profundo programa eleitoral apresentado”, frisou.

“Dois anos desastrosos”

Já Ricardo Oliveira lamentou ter observado “dois anos desastrosos” a nível financeiro no início do mandato de Frederico Varandas, advertindo, contudo, que “não se candidata contra ninguém”, mas porque “acredita que tem um projeto vencedor” para a instituição.

“A razão principal são algumas preocupações sobre o rumo atual do Sporting. Tenho a solução imediata para os resolver e posso fazer do Sporting um clube unido, com futuro, um projeto sustentável e uma cidade do desporto, que se livre dos perigos todos que neste momento giram à volta dele. É por isso que me candidato ao Sporting”, partilhou.

O atual presidente da Federação Portuguesa de Padel recordou ainda as “manifestações de desagrado no estádio” antes da eclosão da pandemia de covid-19 e a contratação de Rúben Amorim, “um excelente treinador, comunicador e gestor”, que “fez com que os sportinguistas se unissem à volta dele” a caminho do título de campeão 19 anos depois.

“Os maiores defeitos desta direção são a canibalização das receitas antecipadas, bem como a gestão financeira e os valores praticados nas transações. O Sporting compra jogadores acima dos valores ditos nos ‘sites’ da especialidade e vende por norma abaixo. Os juros altos das operações financeiras são uma preocupação e também não conheço soluções para os valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC)”, detalhou.

Frederico Varandas diz que Sporting “está muito melhor” desde 2018

Acusado de “falta de empatia com os sócios”, Frederico Varandas recusou alimentar o “culto da personalidade”, valorizando que o clube “está muito melhor” desde 2018, ainda que “possa continuar a crescer” para “acabar com a diferença estrutural para os rivais”.

“Sinto que esta direção tem empatia com os sócios anónimos, em vez daqueles que gostariam de continuar a ter palco. Sobre a união, com todo o respeito que merecem os dois candidatos, li os seus programas e declarações e penso que é difícil unir mais um clube quando tenho concorrentes que não alteravam nada no programa desportivo, o treinador, o diretor desportivo. Possivelmente, alteravam a figura do presidente”, vincou.

O vencedor das últimas eleições, com 42,32% dos votos (8.717 votantes), ilustrou como “capítulo final” do seu lema de campanha em 2018 os minutos finais da goleada caseira sofrida ante os ingleses do Manchester City (0-5), nos ‘oitavos’ da Liga dos Campeões.

“Tivemos um estádio cheio, onde a equipa sofreu uma dura derrota. Durante mais de 10 minutos, vimos os sócios orgulhosos e a agradecer por este Sporting a quem têm de agradecer. Ninguém está a aplaudir uma derrota por 5-0. Todos os sócios estavam a aplaudir o que o Sporting fez nos últimos anos. Não há mensagem mais bonita. Tudo é recompensado ao ver aquela manifestação de união dos sócios e adeptos”, finalizou.

As eleições dos órgãos sociais do Sporting para o quadriénio 2022-2026 decorrem a 5 de março, das 09:00 às 20:00, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa, quatro anos após o sufrágio mais concorrido de sempre, com 22.510 sócios votantes, entre 51.009 elegíveis.