“Estou num quarto e não posso ir a lado nenhum. Há guardas por toda a parte, inclusivamente, debaixo da minha janela, o que é bem estranho. Talvez eles pensem que eu vou saltar e fugir”, lança a especialista em pares, de 38 anos.
Renata Vorácová, que chegou à Austrália em dezembro e já participou num jogo de preparação para o Open da Austrália, entrou no país em dezembro com uma isenção médica concedida pela federação australiana (TA), organizadora do torneio, uma vez que recuperou recentemente de covid-19.
Porém, esta sexta-feira, as autoridades australianas cancelaram o seu visto, uma decisão tomada após a polémica levantada em torno da “isenção médica” concedida ao sérvio Novak Djokovic, detido pelas autoridades australianas de imigração num hotel em Melbourne, para onde também foi levada Renata Vorácová.
“Eles trazem-me comida e há um guarda no corredor. Tudo é racionado. Eu sinto-me um pouco como numa prisão”, realça.
O ministério dos negócios estrangeiros checo diz à agência de notícias francesa AFP que protestou contra a detenção, mas que a jogadora concordou em deixar o país e não participar no Open da Austrália, que começa na segunda-feira, 17 de janeiro, “porque as suas possibilidades de treino são limitadas”.
Vorácová revela ainda que está agora à espera de uma licença para deixar a Austrália, apontando para que tal possa acontecer no sábado.
A polémica em torno de Djokovic
Por seu turno, Djokovic, que chegou a Melbourne na noite de quarta-feira, também com uma isenção médica, para defender o título no Open da Austrália, aguarda a audiência marcada para segunda-feira por um tribunal de Melbourne, para ouvir os argumentos do seu recurso.
A vacina é obrigatória para entrar na Austrália, mas há isenções temporárias para pessoas que têm “uma condição médica séria”, que não podem ser vacinadas porque contraíram covid-19 nos seis meses anteriores ou tiveram uma reação adversa ao medicamento.
A revogação do visto de Djokovic, líder do ranking mundial, criou tensões diplomáticas entre a Austrália e a Sérvia, cujo presidente denuncia o assédio ao atleta, enquanto o país da Oceânia defende que não há exceções na aplicação das leis de fronteira.
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