Economia

Berardo defende que PT se mantenha na Vivo mas em ligação com Telefónica

O empresário Joe Berardo, defende que a Portugal Telecom (PT) e a Telefónica devem continuar a manter "alguma relação" e que seria preferível para a empresa portuguesa manter uma posição na Vivo, ainda que minoritária.  Berardo considerou que "se fosse possível", a PT devia ficar com uma percentagem da nova companhia, juntamente com a Telefónica.

"Eu, pessoalmente, gostava de ver a PT continuar no Brasil juntamente com a Telefónica, mesmo que seja com uma percentagem minoritária (na Vivo) por exemplo, 5%, isso seria interessante", comentou, a propósito da nova oferta da empresa espanhola para a compra da posição da PT na empresa de telecomunicações móveis brasileira.



Além da proposta de compra da participação da Brasilcel - empresa que detém 60% da Vivo - por 6,5 mil milhões, a operadora espanhola está disposta a deixar a Portugal Telecom, onde detém 10% do capital.



O empresário salientou que "era interessante" manter "alguma relação com a Telefónica no Brasil", uma companhia "que tem algumas vantagens".



"Oxalá que Portugal, com esta situação, não saia do Brasil",
atirou.



Questionado sobre a possibilidade do estado usar a "golden share", Joe Berardo, adiantou que "vai ser muito complicado".



"Não estamos a falar de uma oferta à PT. É muito difícil por essa via. Oxalá que venha a ser resolvido entre senhores e que se chegue a um entendimento para não andar na justiça outra vez",
afirmou



Quanto à decisão de convocar uma assembleia geral, Berardo considerou tratar-se de "um progresso".



"É um bom progresso pôr também a responsabilidade da decisão nos acionistas. A administração da PT tomou a decisão correta: convocar os acionistas para transmitir mais informações e alternativas e o que vão fazer para o futuro".



A nova oferta da Telefónica é válida até 30 de junho, podendo este prazo ser prorrogado caso o conselho de administração da PT delibere submeter a oferta à apreciação da assembleia geral de acionistas.



A 11 de maio, a Telefónica tinha apresentado a primeira oferta, que foi prontamente rejeitada pela administração liderada por Zeinal Bava, que justificou esta posição com o facto do mercado brasileiro ser "estratégico" para a Portugal Telecom.



Lusa

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico)