As paralisações irão afetar os portos de Lisboa, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz, disse o presidente do Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes Marítimos do Centro e Sul de Portugal, Vítor Dias.
"Somos profissionais formados, qualificados e com experiência (...) vamos continuar a protestar porque o Governo tem que ser capaz de dialogar com os sindicatos", disse o sindicalista, lembrando que a tutela "tem-se recusado a discutir estas questões" com as estruturas que representam os trabalhadores.
A notícia de que os estivadores vão prolongar as greves até ao final do mês foi hoje avançada pelo Diário Económico.
Os novos pré-avisos de greve entregues referem-se ao período entre os dias 21 e 27 de novembro, estando já marcada uma paralisação de 24 horas para o último dia deste período.
Até lá, entre domingo e terça-feira praticamente todos os portos portugueses (à exceção de Leixões e Sines) irão estar paralisados.
No dia 14, os trabalhadores dos portos irão associar-se à greve geral convocada pela CGTP.
Esta onda de greves (iniciada a 17 de setembro) foi motivada pelo facto do Governo ter aprovado a 13 de setembro uma proposta de lei relativa ao regime do trabalho portuário, uma semana depois de ter chegado a acordo com alguns sindicatos, afetos à UGT, e operadores portuários, com o objetivo de aumentar a competitividade dos portos nacionais.
Esse acordo vai permitir descer a fatura portuária entre 25 a 30 por cento, de acordo com o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, mas os sindicatos dos trabalhadores portuários entendem que, com esta revisão da legislação, ficam em causa os postos de trabalho.
Na semana passada, o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse que os estivadores "faziam melhor" em focar a sua energia na discussão no Parlamento sobre o novo regime do trabalho portuário "em vez de estar em greves permanentes".
A 26 de outubro, após várias rondas de negociações, os representantes dos trabalhadores dos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro e dos operadores chegaram a acordo quanto aos serviços mínimos alargados para as greves parciais anunciadas até 07 de novembro.
Lusa