Economia

Plano de resgate ao Chipre é "único" garante porta voz do FMI

O porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice, disse hoje que o plano desenhado para resgatar Chipre é "único" e acrescentou que "seria difícil estender o caso de Chipre ao resto da Europa ou ao mundo".

© Gary Cameron / Reuters

Em conferência de imprensa, o porta-voz da instituição liderada por  Christine Lagarde afirmou que o controverso plano que prevê uma penalização  para os depositantes e para os detentores de títulos dos bancos de Chipre  é "único" e dificilmente aplicável noutro país. 

"Seria difícil estender o caso ao resto da Europa ou ao mundo", disse  o porta-voz do FMI, respondendo às dúvidas que têm sido lançadas sobre se  o modelo de resgate a Chipre pode servir de modelo para outros eventuais  resgates na zona euro. 

Na semana passada, depois de ser anunciada a intenção de avançar com  uma taxa sobre os depósitos bancários no Chipre, no âmbito do pacote de  apoio financeiro internacional ao país, Jeroen Dijsselbloem, ministro das  Finanças holandês que preside ao Eurogrupo, deu a entender que esta medida  podia ser aplicada a outros países, em caso de necessidade. 

A reação dos investidores foi imediata, tendo as praças acionistas europeias,  com o setor bancário em destaque pela negativa, e a própria moeda única,  registado desvalorizações significativas desde então. 

Mesmo depois de Dijsselbloem ter vindo a público corrigir estas afirmações,  os mercados não sossegaram e, de acordo com a deVere Group, consultora financeira  especializada no aconselhamento a expatriados, os cidadãos estrangeiros  que vivem nos países do Sul da Europa também não. 

A 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário  Internacional) chegou a acordo com as autoridades de Nicósia para o resgate  a Chipre na madrugada de segunda-feira, ficando definida uma ajuda de 10  mil milhões de euros. 

Em troca, o país compromete-se a mexer no setor bancário, encerrando  o segundo maior banco, o Laiki Bank, e reestruturando o maior, o Banco de  Chipre. 

Os depósitos inferiores a 100 mil euros não serão afetados, contrariamente  ao inicialmente previsto, mas acima de 100 mil euros será criada uma taxa  que poderá atingir os 40 por cento.

Lusa