Economia

Exceção para a TAP e a Caixa Geral de Depósitos "não será bem assim", garante a Ministra da Justiça

A ministra da Justiça, Paula Teixeira  da Cruz, deixou na segunda-feira em aberto a hipótese de o Governo manter  os regimes de exceção da TAP e da CGD aos cortes salariais, dizendo que  "provavelmente, não será bem assim". 

MANUEL DE ALMEIDA

"Eu não gostaria muito de falar, não foi entregue ainda (o Orçamento  do Estado de 2014) no parlamento e como compreenderão até por razões institucionais.  Mas provavelmente não será bem assim", afirmou a ministra da Justiça quando  questionada, durante uma sessão do Clube dos Pensadores, em Vila Nova de  Gaia, sobre a hipótese de o regime de exceção se manter, conforme noticiou  na segunda-feira o jornal Público. 

Mais tarde, e instada a esclarecer a sua declaração, Paula Teixeira  da Cruz limitou-se a responder: "Quero dizer exatamente aquilo que eu disse,  e que quando o Orçamento for entregue (...) os senhores jornalistas terão  oportunidade de ver qual é o regime." 

Durante a sua intervenção no Clube dos Pensadores, a ministra da Justiça  reiterou a sua opinião de que as "subvenção mensais vitalícias deviam ser  absolutamente extintas (...) e revogadas, exceto se a pessoa não tiver outro  meio de subsistência". Realçando não ter meios "de saber se (esta ideia) é bem aceite pela  generalidade" dos políticos do seu partido, admitiu ter ouvido "vozes secundando  essa ideia, até a nível parlamentar". 

Quando aos cortes de milhões de euros no seu Ministério, Paula Teixeira  da Cruz disse ser um "um corte pensado" e que, com uma despesa "muito fixa  de cerca de 73% com pessoal", há que "cortar em consumos intermédios e noutras  rubricas". 

No seu discurso, anunciou que "o Ministério da Justiça esgotou as medidas  do memorando da 'troika' (de assistência financeira internacional a Portugal),  isto é, todas as medidas previstas no memorando estão cumpridas", elencando  várias alterações processuais que foram implementadas ao longo dos últimos  dois anos e assinalando outras que devem ser feitas, nomeadamente no âmbito  dos processos sumários. Defendeu também que, "quanto menos a justiça depender do poder político,  melhor, porque a justiça é o último reduto dos direitos, liberdades e garantias".

A governante, alegando "razões institucionais, escusou-se a comentar  caso do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que pediu desculpa  a Angola por investigações do Ministério Público português a empresários  angolanos. "A procuradora-geral disse o que disse, o senhor ministro disse o que  disse, bate certo", disse apenas. 

O debate ficou marcado por uma manifestação de uma dezena de pessoas  que interromperam o início do discurso da governante, gritando "Governo  para a rua" e "demissão" e empunhando cartazes onde se lia "que se lixe  a troika". "Para mim é natural. Eu convivo com naturalidade, as pessoas têm o direito  de se manifestarem, de dizerem o que entendem", comentou, no final do debate,  a ministra. 

 

     

 

Lusa