Economia

EUA acusam Alemanha de impedir reequilíbrio nas economias da zona euro

O Tesouro norte-americano acusou a Alemanha de contribuir para atrasar o reequilíbrio das contas nas economias da zona euro, ao manter um excedente comercial persistente ao longo da crise, uma acusação que Berlim considerou hoje "incompreensível".

(Reuters/Arquivo)
© Ints Kalnins / Reuters

"Para facilitar o processo de ajustamento na zona euro, países com grandes  e persistentes excedentes devem tomar medidas para acelerar o crescimento  da procura interna e diminuir esses excedentes. A Alemanha tem mantido um  grande excedente da conta corrente durante toda a crise financeira e, em  2012, foi inclusive maior do que o da China", escreveram os autores, do  gabinete de assuntos internacionais do Departamento do Tesouro dos EUA.

Entretanto, o Ministério alemão da Economia reagiu, num comunicado citado  pela AFP, no qual considera as críticas "incompreensíveis" e que o "excedente  da conta corrente é uma expressão da forte competitividade da economia alemã  e da procura internacional por produtos de alta qualidade da Alemanha".

O Departamento do Tesouro norte-americano sublinha que "o ritmo anémico  do crescimento da procura interna alemã e a dependência das exportações  têm impedido o reequilíbrio numa altura em que muitos outros países da zona  euro têm estado sob severa pressão para limitar a procura e comprimir as  importações para promover o ajustamento". 

"O resultado tem sido um preconceito deflacionário para a zona euro,  bem como para a economia mundial. Um crescimento da procura interna mais  forte nas economias europeias com excedentes, particularmente na Alemanha,  ajudaria a facilitar um reequilíbrio duradouro de desequilíbrios na zona  euro", referem.

Lusa