Economia

Seguro afirma que alteração do IRC será próximo "teste do consenso"

O secretário-geral do PS disse  sábado à noite em Almeirim que o Governo "chumbou o primeiro teste do consenso"  ao não aprovar nenhuma das 26 propostas socialistas de alteração ao Orçamento  do Estado.

MANUEL DE ALMEIDA

Falando perante algumas dezenas de militantes socialistas numa sessão  sobre o Orçamento de Estado para 2014 organizada pela distrital de Santarém  no cineteatro de Almeirim, António Jose Seguro elencou algumas das "propostas  claras e concretas" apresentadas pelo PS para o OE 2014 para "provar que  é o PS a propor e o Governo a chumbar". 

Referindo-se ao que chamou de "a novela dos consensos", o líder socialista  afirmou que perante a atitude da maioria se tornou "evidente que o Governo  chumbou no primeiro teste sobre a possibilidade de consensos e compromissos  entre a maioria e o PS".  

Para António José Seguro, o próximo teste à disponibilidade da maioria  PSD/CDS-PP para o consenso "vai ser com as alterações ao IRC", sublinhando  que o Governo criou, em janeiro, um grupo de trabalho para alterar o imposto  das empresas sem que tenha pedido qualquer contributo ao PS. 

O secretário-geral do PS salientou a atitude do seu partido de se abster  na votação da proposta da maioria como sinal de disponibilidade para discutir,  sublinhando que o Governo tem que aceitar algumas das suas propostas. 

"Uma coisa são as conversas sobre as virtualidades teóricas dos consensos  e dos compromissos outra é, em concreto, testar como a maioria se comporta  em relação às propostas do PS. Ou a maioria estaria à espera que o PS assinasse  de cruz, ou de um cheque em branco? Por isso andou bem o PS quando disse  que não queria mais conversa fiada e que é no parlamento que verificamos  da vontade política que cada um tem para contribuir para o consenso", declarou.

António José Seguro frisou que durante dois anos "o Governo e a maioria  sempre chumbaram as principais propostas do PS", tendo-se lembrado na véspera  da discussão do OE na Assembleia da República para vir propor "novas conversas  para criar consensos".  

"O que estão a fazer visa apenas tentar desviar as atenções do debate  sobre a proposta do Orçamento, porque contém novamente cortes na educação,  na saúde, nas pensões de reforma, nos funcionários, mantém o maior aumento  de impostos sobre as famílias e as pessoas. O PS não foge a nenhum debate,  mas chega de conversa fiada. Chegou a altura de debater sobre propostas  concretas", frisou .  

Chamando à proposta do OE 2014 "plano de empobrecimento do país", sem  estratégia, sem ambição, António José Seguro frisou que se o programa de  ajustamento tem três assinaturas, "o de empobrecimento só tem duas porque  tem a oposição do PS". 

 

     

 

Lusa