Economia

Standard & Poors retira "AAA" à Holanda e melhora perspetivas do rating de Espanha 

A agência Standard & Poor's (S&P) anunciou hoje que melhorou as perspetivas do 'rating' de Espanha e retirou a nota máxima de "AAA" à Holanda.  

(Arquivo Reuters)
© Brendan McDermid / Reuters

Enquanto as perspetivas do 'rating' de Espanha foram melhoradas devido  às previsões de que o crescimento económico da quarta maior economia da  zona euro seja sustentado pelo aumento das exportações, a retirada da nota  máxima à Holanda foi motivada pelas más perspetivas de crescimento.  

Com a melhoria das perspetivas do crescimento da economia espanhola,  o país passa ter o mesmo 'rating' da S&P de "BBB-" mas com perspetiva "estável"  em vez de "negativa".  

Depois da Holanda ter perdido hoje a notação de 'rating' máxima de "AAA"  da S&P, os únicos três países da zona euro que a mantêm são a Alemanha,  o Luxemburgo e a Finlândia.         

Num comunicado, a agência de 'rating' norte-americana justifica a medida  em relação a Espanha pela estabilização dos indicadores da qualidade creditícia  do país resultante das reformas orçamentais e estruturais, bem como das  políticas de apoio da zona euro.  

A qualidade creditícia de Espanha está a estabilizar-se e por isso os  analistas consideram que a probabilidade de que a notação de Espanha suba  ou desça nos próximos anos caiu para 30%, refere a S&P no comunicado.  

Para a S&P, a economia espanhola é agora "diversificada e próspera"  graças à agenda de reformas financeira, fiscal e estrutural do governo,  apesar do atual 'rating' ainda ter implícitos os altos níveis de dívida  externa tanto do setor público como do privado.  

Em relação às perspetivas de crescimento para os próximos anos, a S&P  refere que estas são limitadas devido às "inflexibilidades" nalguns setores  de atividade como o laboral.    

Relativamente à Holanda, a S&P alega que a nota máxima foi retirada  devido à previsão de um crescimento de apenas 0,5% em 2014 e uma recuperação  muito progressiva em 2015 e 2016.  

Segundo a agência norteamericana, a atividade económica na Holanda não  vai regressar aos níveis previos à crise até 2017 porque o aumento das exportações  não é suficiente para compensar a queda da procura interna.  

Além de sustentar que a situação resulta da alta dívida hipotecária  das famílias e do crescente desemprego, a S&P dúvida que a política de fortes  cortes orçamentais que está a ser adotada pelo governo holandês continue  a ter o apoio da oposição no futuro, o que poderá ter consequências no nível  do défice.     

Durante a crise a economia holandesa caraterizou-se por ser um dos países  mais cumpridores e rigorosos em matéria orçamental.  

Lusa