Economia

PS diz que não vai "patrocinar fuga do Governo" às suas responsabilidades

O PS disse hoje que não vai "patrocinar" a "fuga  do Governo às suas responsabilidades", reiterando que não vai pactuar com  uma "estratégia orçamental errada". 

(Lusa/Arquivo)
MANUEL DE ALMEIDA

"Em política não vale tudo. O PS não irá patrocinar a fuga do Governo  às suas responsabilidades. Ao fim de três anos, o país enfrenta uma situação  económica muito difícil. Ao fim de três anos, mais precisamente de 33 meses,  o desemprego em Portugal supera os 800 mil desempregados. A dívida pública  ultrapassa os 128%. O défice público está longe de atingir os resultados  pretendidos", declarou Eurico Brilhante Dias, membro do Secretariado Nacional  do PS, numa declaração aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa. 

"Sem transparência e sem clareza", disse, "o debate político perde",  insistindo o socialista em que o Governo diga "com clareza" aos portugueses  quais os novos cortes acordados com a 'troika'. 

"O PS, ao longo dos últimos 33 meses, tem vindo a dizer que a estratégia  de consolidação orçamental está errada. E o Governo insiste e procura que  patrocine o seu novo ciclo de austeridade, o novo ciclo de cortes. O PS  não vai patrocinar um novo ciclo de austeridade e cortes e tem vindo a insistir  que o Governo diga com clareza quais são os novos cortes que acordou com  a 'troika'", advogou Eurico Brilhante Dias. 

O secretário nacional lembrou ainda que existe "consenso" em Portugal  sobre uma "consolidação orçamental sustentável", recordando que o PS assinou  o tratado orçamental europeu e deu luz verde à lei de enquadramento orçamental.

"O consenso em torno da consolidação orçamental sustentável em Portugal  tem um amplo apoio social e político. E hoje, em Berlim, a chanceler alemã  reconheceu que o maior partido da oposição em Portugal assume os seus compromissos,  honra os seus compromissos, e por isso esta posição do PS fortalece Portugal  num momento difícil", disse o dirigente socialista. 

O PSD, "provavelmente de cabeça perdida", lamenta Eurico Brilhante Dias,  insiste em não reconhecer "esse grande contributo para esse consenso que  de facto existe na sociedade portuguesa". 

"O PS honra os seus compromissos. Mas isso não significa que falte à  sua palavra, que dê o dito por não dito. Sempre dissemos que esta estratégia  de empobrecimento do país levaria a um novo ciclo de austeridade e cortes",  sustentou ainda. 

 

Lusa