Economia

PSD diz que mantém "portas abertas ao diálogo" com PS 

O PSD lamentou hoje a "profunda intransigência"  demonstrada na segunda-feira pelo secretário-geral do PS, António José Seguro,  para um compromisso para o pós-troika, mas reiterou que os sociais-democratas  terão sempre "as portas abertas ao diálogo" com os socialistas.

Vice-Presidente do PSD investigado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto.
LUSA

"O PSD manifesta profunda preocupação pela intransigência demonstrada  pelo Partido Socialista na reunião de ontem (segunda-feira) com o primeiro-ministro,  nomeadamente no que diz respeito à sua recusa em trabalhar na procura de  um compromisso concreto e efetivo em matéria de estratégia orçamental, económica  e social para o período pós-'troika'", disse o vice-presidente social-democrata  e coordenador da comissão política Marco António Costa. 

O encontro de três horas entre o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho,  e o secretário-geral do PS, António José Seguro, na segunda-feira, terminou  com o líder do maior partido da oposição a afirmar que existe uma "divergência  insanável" com o Governo sobre a estratégia orçamental para o país. 

Apesar de considerar que, "com esta atitude, o PS parece querer autoexcluir-se  do dever de cooperar politicamente na construção do novo ciclo que brevemente  se abrirá em Portugal", o PSD "entende que em democracia e em política não  existem divergências insanáveis quando está em causa o interesse nacional",  afirmou Marco António Costa. 

O dirigente social-democrata falava aos jornalistas no final da reunião  da Comissão Politica do PSD, na sede do partido, em Lisboa. 

"O PSD continuará a cultivar e a incentivar um ambiente de concertação  e diálogo político, institucional e social reafirmando que o consenso e  o compromisso quanto aos desafios que o país tem de enfrentar são uma evidente  necessidade para o país e uma exigência dos cidadãos, dos agentes económicos  e das empresas, a que os responsáveis políticos têm de ser capazes de dar  resposta positiva", declarou. 

Dizendo não se mover "por taticismos eleitorais", os sociais-democratas  renovaram o apelo "à construção de consensos". 

"O PSD terá sempre as portas abertas ao diálogo", frisou, considerando  que a reforma do IRC ilustra a capacidade de construção de diálogo com os  socialistas. 

Marco António Costa lamentou contudo a "nova recusa do PS para compromissos  duradouros que sirvam o interesse nacional", referindo que foi precedida  por declarações públicas de dirigentes socialistas "marcadas por um espírito  de radicalismo pouco compatível com as responsabilidades históricas do PS".

"Lamentamos esta posição de divergência dita insanável pela parte do  PS, que não serve o interesse nacional e o bem-estar dos portugueses. Agora  que estamos a sair, com sucesso, de um ciclo difícil e que se abre um novo  ciclo, é muito importante que os partidos e os parceiros sociais assumam  um papel ativo nos contributos que possam aportar para essa nova etapa da  nossa vida coletiva", declarou. 

O vice-presidente social-democrata sublinhou que a posição do PS "acontece  numa ocasião em que Portugal recebe o apoio do Governo alemão que se manifesta  disponível para fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a dar  continuidade ao processo de recuperação da economia e do emprego em Portugal".

Lusa