Economia

Riscos permanecem apesar da recuperação económica, avisa Bruxelas

A Comissão Europeia (CE) considerou hoje que  a recuperação económica de Portugal "parece estar a tornar-se progressivamente  mais equilibrada e impulsionada pela procura doméstica", mas alertou que  "permanecem os riscos negativos".  

(Reuters/Arquivo)
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Nas previsões económicas da primavera, hoje divulgadas, a CE adverte  que "os riscos à previsão macroeconómica estão inclinados para o lado negativo",  uma vez que "a recuperação do crédito, o elevado endividamento do setor  privado e a consolidação orçamental em curso podem ser um obstáculo maior  do que o esperado à procura doméstica". 

Referindo que as condições de financiamento da economia portuguesa estão  "relativamente favoráveis neste momento", a Comissão alerta, no entanto,  que "o sentimento dos investidores tem sido volátil no passado". 

Além disso, Bruxelas considera que o desempenho das exportações portuguesas  está ainda "altamente dependente" do ambiente económico na Europa. 

Quanto aos riscos orçamentais, a Comissão entende que estão "a tornar-se  mais equilibrados" e que o objetivo de reduzir o défice para os 4% do Produto  Interno Bruto (PIB) este ano "está ao alcance". 

"Embora os riscos para alcançar o objetivo do défice de 2014 se tenham  tornado mais equilibrados, os riscos negativos ainda são importantes", sublinha  Bruxelas, considerando que estes riscos são "sobretudo de natureza legal",  uma vez que foram submetidos ao escrutínio do Tribunal Constitucional elementos  fundamentais do Orçamento do Estado para 2014 e do Orçamento Retificativo.

Como elemento positivo, a Comissão destaca que "um crescimento mais  forte  1/8do que os 1,2% previstos para 2014 3/8 pode aumentar as receitas mais  do que o esperado". 

Quanto à evolução dos preços, Bruxelas considera que, "apesar da recente  desaceleração dos preços, as expectativas da inflação parecem estar ancoradas  de forma firme em território positivo, sugerindo alguma aceleração dos preços  no final de 2014". 

A Comissão Europeia espera que a inflação se fixe nos 0,4% este ano  e que suba para os 1,1% em 2015, em linha com uma aceleração modesta nos  salários. 

Lusa