Mariano Rajoy explicou que esse plano, que terá um impacto orçamental "reduzido" nas contas públicas deste ano, antecede a aprovação, nas próximas semanas, de uma reforma que implicará reduções no imposto sobre o trabalho (IRPF) e no imposto das sociedades.
O plano, que vai aprovado na sexta-feira, na reunião semanal do Conselho de Ministros, pretende impulsionar os investimentos a longo prazo em setores chave e eliminar barreiras que possam afetar negativamente a iniciativa económica.
A aposta será, explicou, apoiar empresas ou iniciativas económicas com capacidades de crescimento e de internacionalização.
Rajoy falava no encontro Spain Summit, promovido pela revista The Economist, que reúne hoje líderes políticos e empresariais para analisar a atual situação política e económica em Espanha.
Questionado nesse encontro sobre como pretende financiar estas medidas, Rajoy garantiu que as medidas são "perfeitamente compatíveis com manter o compromisso de consolidação orçamental do Governo".
Uma consolidação, garantiu, que será ainda reforçada com o objetivo do défice para este ano a ser revisto de 4,8% para 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
O financiamento das medidas de estímulo implicará, explicou, a "reordenação de fundos europeus, a implementação de compromissos derivados de diretivas europeias que têm de assumir o setor privado, especialmente a nível energético", a que se somam "créditos do BEI (Banco Europeu de Investimento) e a reordenação de gastos já orçamentados".
De todo o pacote de 6.300 milhões de euros, explicou, apenas haverá um gasto adicional para as contas públicas de "30 ou 40 milhões de euros" para alargar o plano PIVE, de renovação da frota automóvel, algo que tem tido "bastante êxito em Espanha" e que é "compatível" com os objetivos de consolidação.
No que toca aos impostos, Rajoy disse que nas próximas semanas será aprovada a estratégia do Governo que incluirá "uma redução do IRPF" (equivalente ao IRS em Espanha) e do imposto das sociedades, de 30 para 25%.
Serão ainda simplificados os escalões do IRPF, o que permitirá "uma redução substancial de impostos" já no próximo ano.
Apesar disso, afirmou, o aumento da atividade económica e das bases tributáveis permitirá, este ano, "aumentar muito" a receita tributária.
Como exemplo, destacou o facto de estar a aumentar a recolha de impostos das pequenas e médias empresas, setor que mais diretamente sofreu a crise, e que agora "com o aumento da atividade económica" ajudará a aumentar as receitas.
Lusa